Postos de fiscalização estão abandonados na região. Apenas uma unidade da PRF atende a todas as cidades do sul do estado.
A região sul do Tocantins concentra os piores trechos da BR-153, que é tema de uma série de reportagens do Jornal Anhanguera 2ª Edição. Entre as cidades de Fátima e Talismã a equipe encontrou muitos buracos, pontos sem a mureta de proteção e vários postos de fiscalização desativados.
O lavrador José Adriano Rodrigues tenta aproveitar a estrutura abandonada do posto abandonado em Fátima para melhorar um pouco a vida. “Fiz uma cozinha e tem um quartinho que eu durmo. Não é coisa de luxo não, mas eu tô tentando aproveitar o que eu posso aproveitar e sobreviver com a vida digna”, conta ele.
Em Santa Rita do Tocantins a história se repete, os caminhões deveriam ser pesados no local, mas há sete anos isso não acontece. Além da falta de fiscalização o abandono ainda traz insegurança. Um caminhão tombado na pista é sinal das constantes tentativas de assalto. “O rapaz vinha aí sentido Brasília-Araguaína quando ele foi abordado por uns assaltantes, atiraram no veículo três vezes e ele descontrolou tentando se resvalar das balas”, conta outro motorista.
São cerca de 8 mil veículos por dia nos 800 quilômetros de pista da BR-153 no Tocantins. Entre janeiro e maio de 2017 já houve 344 acidentes em toda a extesão, 23 deles com mortes, quase 200 pessoas ficaram feridas.
Em Figueirópolis o risco é na travessia. Sem a passarela, crianças se arriscam correndo pela pista mesmo. Já em Alvorada o problema fica por conta da falta de asfalto e das crateras no trevo da cidade. “Não tem mais asfalto, só tá a terra aí e buraco, só buraco. É uma profissão que a gente gosta e outra coisa, o Brasil precisa da gente, mas nós tamo sofrendo com essa situação das estrada aí”, diz o caminhoneiro Deraldo Gomes de Assis.
Na última cidade do estado, Talismã, o único posto de fiscalização que está funcionando em toda a região sul está abandonado, com buracos a volta. Em todo o trecho percorrido pela equipe existe apenas um posto da Polícia Rodoviária Federal, na maior cidade da região, Gurupi.
Quem usa a estrada para ganhar a vida honestamente já sabe que só há um jeito de garantir a volta para casa. Quem conta o segredo é o caminhoneiro Paulo Cezar Teixeira. “Trabalhar com segurança, porque lá em casa tem alguém esperando. Sempre vai ter. Sempre!”.
G1/To