Bolsonaro não comentou morte de um defensor do ex-presidente Lula por um bolsonarista em Mato Grosso. Demais presidenciáveis repudiaram o ato.
O presidente Jair Bolsonaro, em discurso de campanha no Tocantins nesta sexta-feira (9), chamou o PT de “praga” e defendeu “varrer” o partido para o “lixo da história”.
A declaração ocorreu em um dia marcado pelo assassinato de um petista por um bolsonarista no interior do Mato Grosso, durante uma briga política.
O assassinato gerou manifestações de candidatos à Presidência, que pediram pacificação do ambiente político e eleitoral do país.
Bolsonaro, que cumpriu agenda também no Maranhão ao longo do dia, ainda não se pronunciou sobre o caso.
Na cidade de Araguatins (TO), o presidente e candidato à reeleição, elogiou medidas defendidas pelo seu governo. Uma delas foi a redução do Imposto sobre Circulação de Mercadorias ou Serviços.
Esse foi um dos momentos em que ele atacou o PT, partido de seu adversário na disputa, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
“Votaram contra essa redução no Senado todos os senadores do PT. Essa praga sempre está contra a população. Esse pessoal não produz nada, só gera desgraça para o povo brasileiro. Com essa nossa reeleição, com a eleição do Dimas aqui paro governo do estado, podem ter certeza, varreremos para o lixo da história esse partido, dito dos trabalhadores, mas na verdade é composto por desocupados”, atacou Bolsonaro.
Bolsonaro fala em ‘varrer’ o PT ‘para o lixo’
O caso de Mato Grosso soma ao assassinato do petista Marcelo Aloizio de Arruda, de 50 anos, em Foz do Iguaçu, no dia 9 de julho.
Ele foi morto a tiros por um apoiador do presidente Jair Bolsonaro, Jorge José da Rocha Guaranho.
Arruda comemorava o seu aniversário com temática do PT em uma associação esportiva da cidade, quando Guaranho entrou com seu carro no local gritando “Aqui é Bolsonaro”. Após discussão, o bolsonarista baleou Arruda, que morreu após ser socorrido.
Discussão e morte em Mato Grosso
De acordo com a Polícia Civil mato-grossense, Rafael Silva de Oliveira, de 24 anos, matou o colega Benedito Cardoso dos Santos, de 42, durante uma discussão política na cidade de Confresa, a 1.160 km de Cuiabá.
Rafael é bolsonarista e Benedito defendia o ex-presidente Lula.
Rafael foi preso. Na delegacia, ele disse que deu ao menos 15 facadas na vítima. Segundo a polícia, Rafael ainda usou um machado para tentar decapitar Benedito.
Os dois trabalhavam como cortadores de lenha em uma propriedade rural e começaram a discutir após o jantar.
“Eles haviam acabado de jantar e fumavam um cigarro juntos, quando começaram a discussão. Os dois estavam sozinhos no barraco onde moravam”, disse o delegado responsável pelo caso, Victor Oliveira, em entrevista ao g1 e à TV Centro América.
“O que levou ao crime foi a opinião política divergente. A vítima estava defendendo o Lula, e o autor defendendo o Bolsonaro”, completou o delegado.
Reação de presidenciáveis
Entre os quatro presidenciáveis mais bem colocados nas pesquisas eleitorais, apenas Bolsonaro não se manifestou sobre o caso.
Veja o que disseram os demais:
Lula (PT)”É com muita tristeza que soube da notícia do assassinato de Benedito Cardoso dos Santos, na zona Rural de Confresa. A intolerância tirou mais uma vida. O Brasil não merece o ódio que se instaurou nesse país. Meus sentimentos à família e amigos de Benedito”.
Ciro Gomes (PDT)
“Mais uma vítima da guerra fratricida, semeada por uma polarização irracional e odienta que pode inundar de sangue o nosso solo. Abaixo a violência política. O Brasil quer paz!”
Simone Tebet (MDB)
“O presidente, como representante do povo, precisa clamar por paz e união. A incitação ao ódio leva à violência, que faz mais uma vítima. Chega de briga! Chega de divisão! Enquanto eles separam o Brasil, nós vamos uni-lo com amor e coragem!”
Por g1 — Araguatins e Brasília