No ano passado, apenas a BCG teve cobertura de 100%. Todas as outras oito vacinas infantis não chegaram a 90%. Especialistas alertam sobre a falta de imunização.
A baixa procura por vacinas acende um alerta nos especialistas: o risco do retorno de doenças já erradicadas no Brasil. No Tocantins, o ano em que o Ministério da Saúde mais conseguiu cumprir as metas do calendário infantil foi em 2011. De lá para cá, a procura nos postos de saúde só diminui.
No ano passado, apenas a BCG teve cobertura de 100%. Todas as outras oito vacinas infantis não chegaram a 90%. Em pior lugar está a tetra viral que combate sarampo, caxumba e outras doenças. A cobertura no ano passado foi de 75%.
“Nos preocupa muito porque a gente sabe que já teve várias doenças que já foram eliminadas, que já têm décadas que não têm. Mas a partir do momento que tem a baixa dessa cobertura, a gente tem população vulnerável e suscetível”, disse a enfermeira de imunização da Sesau, Greicy Rivello.
O Miguel de 1 ano já tomou todas as vacinas necessárias para a idade. O pai Edilson de Camargo é atento. “É muito importante porque é a saúde dele que está em risco. Se não tomar as vacinas, o prejuízo é para a saúde dele”.
Mas infelizmente, nem todos têm essa consciência. O desinteresse nos postos é preocupante. A médica Luiza Alencar reforça que o calendário de vacina é didático e as doses são de graça, mas a falta de atenção dos pais pode causar danos irreversíveis aos filhos.
“Vamos citar o exemplo da poliomielite, uma doença que a gente não vê no Brasil há muito tempo e que as crianças têm recebido cada vez menos a vacina. São sequelas graves, a pessoa vai perder a movimentação. Então a gente tem que dar um pouco mais de atenção também para aquilo que a gente não vê porque não quer dizer que aquilo não exista. Só não está presente de forma muito significativa”.