Maduro afirma que país sofre “ataque econômico” com contrabando de moeda e ordena fechamento das fronteiras com Brasil e Colômbia
Dezenas de brasileiros estão retidos na Venezuela após o presidente Nicolás Maduro prorrogar o fechamento da fronteira com o Brasil até o dia de 2 janeiro.
A fronteira localizada em Santa Elena de Uiarén, cidade vizinha de Pacaraima (RR), foi fechada no último dia 13 com o objetivo de coibir o contrabando de moeda local em meio à grave crise econômica enfrentada pelo país, diz o governo. A medida também atingiu a fronteira com a Colômbia.
O Ministério das Relações Exteriores informou que, por meio da Embaixada em Caracas, está buscando uma solução para os brasileiros que desejam voltar ao Brasil.
O Itamaraty informou, ainda, que o vice-consulado localizado em Santa Elena de Uiarén tem prestado assistência aos brasileiros e que aqueles que estiverem em situação de emergência podem procurar o órgão.
De acordo com informações da Deutsche Welle, o vice-cônsul brasileiro Claudio Bezerra disse que cerca de cem brasileiros estão em Santa Elena nessa situação. “Eles estão preocupados, pois estão sem dinheiro, não há moedas circulando, e eles não têm comida.”
Segundo Maduro, a Venezuela é vítima de um “ataque econômico”. A Agência Venezuelana de Notícias informou que o fechamento das fronteiras é uma estratégia para “continuar com as políticas destinadas a derrotar as máfias criminosas que operam para retirar papel-moeda [de circulação] e, dessa maneira, atacar a estabilidade econômica e social do povo venezuelano”.
Novas cédulas
Maduro também prorrogou até 2 de janeiro a vigência das cédulas de 100 bolívares. Uma nova família de cédulas do bolívar deve entrar em vigor até o final deste mês. A nota de 100 bolívares era, até então, a de maior valor.
De acordo com o governo, o fechamento das fronteiras foi estabelecido justamente para evitar que as notas de 100 bolívares que tinham sido tiradas do país por grupos ilegais voltassem a circular. Um lote de novas cédulas de 500 bolívares, por exemplo, que deveria ter chegado à Venezuela na quinta-feira 15, chegou ao país apenas neste domingo 18.
Segundo Maduro, o atraso na chegada das notas teria sido provocado por uma sabotagem dos Estados Unidos. A retirada de circulação das notas de 100 bolívares e o atraso na chegada das novas cédulas provocaram protestos e saques pelo país.
Em meio à crise, estima-se que mais de 77 mil venezuelanos migraram para Roraima fugindo da fome e do desemprego. A capital Boa Vista e a cidade fronteiriça de Pacaraima são os principais locais de refúgio dos venezuelanos no Brasil.(fonte:carta capital)