Declaração foi feita à Polícia Civil por policial militar aposentado que também estava no local e participou da troca de tiros, em Aparecida de Goiânia. Na ocasião, também morreram uma atendente e um assaltante.
O policial do Distrito Federal, Luciano Pereira dos Santos, que morreu durante assalto a padaria, disse aos autores do crime que era militar, conforme depoimento do PM aposentado que lanchava no local e participou da ação. O policial da reserva, que não teve a identidade divulgada, prestou esclarecimentos à Polícia Civil nesta terça-feira (16), em Aparecida de Goiânia, na Região Metropolitana da capital.
Durante o roubo, além do PM do DF, também foram mortos a atendente do local Eduarda Galvão, de 18 anos, e um dos assaltantes. Imagens de câmeras de segurança mostraram a ação dos bandidos e troca de tiros (assista acima).
No depoimento, o policial aposentado afirma que ouviu o PM gritar “sou policial” enquanto tentava retirar a arma da mão de um dos assaltantes. Ao ver a cena, ele também disse ser policial e atirou contra o outro autor, que já disparava contra Luciano usando a arma roubada da vítima momentos antes. Em depoimento, o militar da reserva destacou que os tiros também vieram em sua direção.
O delegado responsável pelo caso, Henrique Berocan, disse à TV Anhanguera que pretende ouvir ainda a dona e os funcionários da padaria. O adolescente de 17 anos suspeito de participar do assalto também deve ser ouvido, mas segue internado no Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo).
Berocan suspeita ainda que os autores já estavam seguindo o PM do DF e premeditando o assalto para pegar a arma dele. “Eles tinham parado em um posto de gasolina, parece que já observaram o policial e efetuaram a perseguição, depois entraram na panificadora e começaram a subtração”, afirmou.
Crime
A troca de tiros aconteceu no último sábado (13), no Setor Jardins dos Buritis, em Aparecida de Goiânia. O vídeo mostra Luciano colocando crédito no celular quando dois rapazes chegam e o surpreendem.
Um dos assaltantes chega por trás para tentar pegar a pistola dele. O outro também aparece e aponta uma arma.
O agente reage e entra em luta corporal com um dos criminosos tentando pegar o revólver que ele usava. Porém, no mesmo instante, o ladrão que roubou a arma do policial atira várias vezes contra ele, que morreu no local.
Já na parte de fora do estabelecimento, o PM aposentado, que estava lanchando no local, saca uma arma e atira contra os assaltantes. Um dos autores do crime também morreu e o outro ficou ferido.
Também é possível ver a terceira vítima, Eduarda. Após ser baleada, ela cai no chão. Sobrinha do dono do estabelecimento, ela chegou a ser socorrida por populares e levada ao hospital, mas não resistiu aos ferimentos.
O comandante geral da PM do DF, coronel Marco Antônio Nunes, destacou a atuação do cabo. “Era um policial exemplar, um homem de grande valor e que deixa toda a corporação consternada com esse fato que aconteceu”, afirmou.
Solto por falta de vagas
Segundo a Justiça, o menor que sobreviveu e está internado no Hugo havia sido apreendido por roubo no último mês de março, mas estava em liberdade assistida por falta de vagas em centros de internação. O adolescente ficou 12 dias detido em uma delegacia, mas foi liberado para cumprir serviços à comunidade.
A Secretaria Cidadã, por meio de nota, reconheceu a carência de vagas, mas alegou que está realizando programa de construção e ampliação de unidades em Goiás. O órgão ressalta que 8 das 10 estruturas que fazem parte do projeto estão em obras para receber alojamentos, espaço para profissionalização, escolarização e integração social.
G1/GO