Na avaliação de seus auxiliares, o foco em Bolsonaro deve desidratar o candidato mas, a dúvida dos estrategistas, é quem herdaria os votos que o candidato do PSL perder.
A campanha presidencial do tucano Geraldo Alckmin quer usar um terço do tempo da campanha na TV para atacar o que chama de “inconsistências” do candidato do PSL, Jair Bolsonaro.
O horário eleitoral na TV começa no dia 31, mas os programas dos presidenciáveis começam a ir ao ar em 1º de setembro, até 4 de outubro. Dos 12 minutos e 30 segundos de cada um dos dois blocos de propaganda dos presidenciáveis que serão exibidos a cada dois dias, Geraldo Alckmin vai aparecer em 5 minutos e 32 segundos, quase metade do tempo total.
O foco do comitê tucano são os comerciais, as inserções na TV. Entre os temas já aprovados, segundo o blog apurou, estão os que reforçam o discurso de Alckmin em eventos de campanha de que os problemas do país – como desemprego – não serão resolvidos “a bala”. A peça é um ataque a Bolsonaro, que defende o porte de armas.
A campanha de Alckmin também quer levar à TV o episódio em que Jair Bolsonaro foi assaltado em 1995, no Rio e, no dia seguinte, disse à imprensa ter se sentido indefeso no momento do assalto, segundo relato da revista Época. O PSDB quer explorar o fato de que, mesmo com uma pistola que tinha debaixo da jaqueta – levada pelos assaltantes – ele não reagiu.
Outra peça produzida pelos tucanos mostra que o programa de governo de Bolsonaro apresenta “inconsistências” com o discurso do candidato, por exemplo, na questão dos impostos. A campanha de Alckmin quer explorar uma fala de Bolsonaro quando ele defendeu que se sonegasse impostos.
Uma das principais apostas do QG tucano para desidratar Bolsonaro na TV são temas relacionados à mulher, fe, justamente a fatia do eleitorado que mais rejeita o candidato do PSL, segundo as últimas pesquisas.
Estas peças estão ainda sendo submetidas a grupos de pesquisas contratadas pela equipe de marketing do candidato, para que o comando da campanha decida qual peça irá ou não ao ar.
Alckmin aposta na TV para crescer nas pesquisas. Na avaliação de seus auxiliares, o foco em Bolsonaro deve desidratar o candidato mas, a dúvida dos estrategistas, é quem herdaria os votos que o candidato do PSL perder.
G1 Tocantins.