MST disse que Neuraci Torres, de 53 anos, era membro da entidade e foi vítima de feminicídio. Um dia antes do crime, ela esteve na Festa de Cerrado apresentando frutos cultivados no assentamento onde morava.
A agricultora Neurice Torres, de 53 anos, foi achada morta seminua e com cabeça mergulhada em uma caixa d’água no assentamento rural Dom Roriz, onde morava em Minaçu, no norte de Goiás, segundo a Polícia Civil.
O delegado Járder Bruno de Sousa Vieira investiga as circunstâncias da morte. “As investigações apontam o ex-marido como sendo o suspeito do crime, o qual, após tomar conhecimento da localização do corpo pela polícia, está foragido até o momento”, comentou.
O crime aconteceu na madrugada de domingo (11). O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra de Goiás (MST) lamentou a morta da agricultora, que era membro da entidade.
Segundo o movimento, a Dona Neura, como era carinhosamente conhecida no assentamento, foi vítima de feminicídio.
“Dona Neura era um exemplo de dedicação e amor com a terra e uma grande defensora da agroecologia. Era uma guardiã do Cerrado e possuía uma presença no MST que inspirava a todos. Um de seus maiores orgulhos era que todos seus filhos estão estudando graças à luta popular”, diz a nota.
Os três filhos de Neurice Torres estudam agronomia e medicina veterinária, segundo o MST.
A Comissão Pastoral da Terra também lamentou a morte da agricultora em nota.
A direção disse que esteve com Neurice no último sábado (10) apresentando frutos cultivados no assentamento na Festa de Cerrado.
“Nossa companheira Neura nos deixa o testemunho de luta, de alegria e de justiça para os empobrecidos que atuam para conquistar e permanecer na terra. A violência que a levou atingiu todas nós, mulheres em luta, e não podemos permitir que o machismo mate a alegria do povo”, lamentou a pastoral da terra.
g1 Goiás.