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A dona da bandeira: Conheça a trajetória da primeira árbitra de Palmeirópolis

Para conquistar seu espaço no esporte, a mulher teve que superar diversos obstáculos.

Ainda hoje, a desigualdade é grande. Mulheres históricas e inspiradoras abriram caminho para atletas de hoje, brilharem com mais liberdade e espaço.

Conheça abaixo a história de Thais Nayara Batista, que revolucionou a arbitragem feminina em Palmeirópolis, abrindo caminho para outras mulheres.

Conseguir ser arbitra de bandeira no futebol, deu incentivo àquelas que lutam por um espaço no mercado de trabalho.

Com resiliência e coragem para persistir, Thais Nayara venceu barreiras, e agora é fonte de inspiração na região.

Apesar das vitórias e avanços, reconhece que ainda há um longo caminho a ser percorrido.

A história de vida

Thais Nayara Batista Lima, é natural de Palmeirópolis sul do Tocantins, nasceu em 14 de março de 1992. É filha de Jeová Carlos Lima e Rosinalva Batista de Matos e tem uma irmã chamada Thainara.

A família sempre acompanha o trabalho da arbitra aos gramados.

É casada com Ivan Nunes e possui um casal de filhos, Mateus e Alice.

Ainda pequena morou em outras cidades, mas retornou a sua terra natal Palmeirópolis, onde construiu família e consolidou carreira.

Desde cedo, surgiu o interesse pela profissão de arbitragem. Curiosa! queria saber tudo que os árbitros marcavam. O futebol sempre foi importante na vida de Thais, ela gostava de ver seu pai e seus tios jogando, sempre os acompanhava em campo.

As parcerias

Thais relatou que começou a profissão quando o ex–secretário de esportes da época, Cleber Henrique, conhecido como “Neguim da Abadia”, propôs um desafio que consistia em trabalhar na mesa do Campeonato Intermunicipal. Ela revelou que não entendia nada sobre as regras do jogo, mas como todo desafio era bem-vindo, ela aceitou de imediato.

Ao lado de Pâmela que aprendeu a profissão de arbitragem com ela/Foto divulgação-Aurora

A partir desse episódio e com sua curiosidade, começou a amar a profissão, e foi daí, que seus estudos sobre arbitragem foi se aprofundando. A Inspiração e incentivo veio de seus pais e de outras mulheres.

O sonho se tornando realidade

Em 2013, o secretario Wagner Teles, um homem que é basicamente patrimônio tombado de Palmeirópolis, com seu empenho e dedicação, conseguiu trazer a federação tocantinense e o professor Gasparino, para realizar um curso de arbitragem na cidade.

Professor Wagner Teles sempre presente dando seu apoio no futebol do município.

“Eu me lembro bem, que no início, ligava para o professor Wagner Teles, e falava assim: me coloca nesse jogo, não precisa me pagar, me põe no campo. Viciei na profissão”, disse sorrindo.

A jovem Thaís foi convidada a participar do curso. Ela contou, que sentia muito medo, porém seus colegas a incentivaram a continuar. “O curso foi desafiador, uma sensação de medo, mesclado com determinação”, pontuou.

Ainda como iniciante, realizou a prova teórica e física com outras cinco mulheres, porém na prova prática, só apareceu ela.  Thaís concluiu o curso e obteve o certificado, sendo assim a primeira árbitra palmeiropolense.

O primeiro desafio foi o convite da Federação ainda em 2013, para exercer sua profissão no Campeonato Interestadual do Estado do Tocantins, com sede na cidade de Paraíso. E como sempre, foi com tudo, dando o seu melhor.

Foram quatro dias de muito jogo e aprendizado. A equipe de árbitros sempre respeitando e ajudando. “Daí para cá, fui me apaixonando ainda mais pela arbitragem, não perdia um jogo”, completou.

Outro desafio grande, foi pela Liga Médio Norte Goiano em 2014, o presidente Waldey Silver, fez o convite na qual consistia em participar como 4° arbitra, numa partida em Trombas estado de Goiás. Aceitou de imediato e foi um sucesso.

A árbitra recebeu vários outros convites para atuar como assistente em jogos, mas o ponto alto da sua carreira que deslanchava, foi a escalação para a grande final em Alto Horizonte em Goiás.

“Uau”! Eu pensei, meu Deus será que consigo? Sempre com aquele frio na barriga. Mas como gosto desse friozinho na barriga, e amo um desafio, fui de cabeça erguida. Trabalhei com o árbitro Arnaldo de Porangatu e juntos, fizemos uma belíssima partida”, explicou ela empolgada.

A equipe de árbitros sempre respeitando e ajudando Thais Nayara/Foto divulgação

As barreiras

Ela lembra, que precisou enfrentar um temido desafio em um ambiente dominado por homens. Preconceito de ambas as partes. Mas isso nunca foi obstáculo para Thaís, que estava determinada a ir longe. “Entro em jogo com o objetivo de dar o meu melhor, não vejo homens, mas sim, profissionais”, acrescentou.

Com todos os desafios e barreiras, a força feminina sempre esteve presente na vida de Thais, que tem superado seus limites.

Lutando com garra para chegar a CBF um dia, ela deixa seu recado: “Que nenhuma mulher desista dos seus sonhos, ela pode sim, estar onde ela quiser”.

Determinada e resolvida ao lado da equipe de trabalho, como demonstra sua fala assertiva, finaliza com um convite: “mulheres venham para a arbitragem, é uma experiência incrível”.

Como nem tudo são flores, atualmente Thaís Nayara não está atuando devido a uma lesão no joelho.

A Inspiração e incentivo veio de seus pais e de outras mulheres.

Por Aurora Amorim

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