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Goianos temem que preços do diesel e da gasolina não caiam nas bombas

Petrobrás anunciou queda no valor dos dois combustíveis na refinaria.
Sindiposto afirma que desconto pode sim chegar aos clientes de Goiás.

Os motoristas goianos temem que a queda no preço da gasolina e do diesel anunciada pela Petrobrás não vá chegar até às bombas dos postos de combustíveis. Eles relatam que a economia seria uma boa notícia, mas acham que ela será absorvida pelas distribuidoras e donos de postos. O Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado de Goiás (Sindiposto), no entanto, afirma que é possível que os goianos vejam queda no preço.

A Petrobrás anunciou nesta sexta-feira (14) a redução do diesel em 2,7% e da gasolina em 3,2% na refinaria. Os preços entrarão em vigor a partir da zero hora de sábado (15). Segundo a empresa, se o reajuste for repassado integralmente ao consumidor nas bombas, a mudança vai representar desconto de R$ 0,05 para cada litro de cada tipo de combustível.

O taxista Adolfo Fernandes da Silva, de 52 anos, conta que gasta em média R$ 60 por dia com combustível. Apesar da notícia da queda no preço da gasolina na refinaria, ele não acredita que será beneficiado com a mudança. “No final, acho que vai continuar a mesma coisa para o consumidor. Não acredito que essa queda vai chegar na gente”, reclamou.

Taxista Adolfo da Silva crê que desconto não chegará aos consumidores Goiânia Goiás (Foto: Vanessa Martins/G1)
Taxista Adolfo da Silva crê que desconto não chegará aos consumidores (Foto: Vanessa Martins/G1)

O consultor de qualidade Saulo Vieira de Morais, de 33 anos, também não acha que haverá economia. “A diminuição do preço é boa, mas não acho que o consumidor vai ser beneficiado. Tudo acaba ficando com os donos de postos e das distribuidoras. Penso que vou continuar gastando os R$ 600 por mês com combustível”, relatou.

Já o fazendeiro Eduardo Felipe Efigênio, de 23 anos, conta que mora na zona rural de Bonfinópolis, na Região Metropolitana de Goiânia, e precisa ir à cidade todos os dias. Como gasta muito combustível, ele acha que a queda no preço faria grande diferença para ele no final do mês.

“Se realmente abaixar será ótimo, quanto mais barato melhor. Até porque quando sobem quase dobram o preço também. Eu gasto R$ 20 todos os dias para ir à cidade. Para Goiânia venho duas vezes por semana e gasto R$ 80 cada vez, então é muito”, disse.

Saulo Vieira de Morais teme que desconto da gasolina não chegue às bombas de Goiânia Goiás (Foto: Vanessa Martins/G1)
Saulo Vieira de Morais teme que desconto da gasolina não chegue às bombas (Foto: Vanessa Martins/G1)

Postos
O presidente do Sindiposto, José Batista Neto, afirmou que a queda no preço não será imediata, mas pode começar a ser vista nas próximas semanas. “Tem uma cadeia de distribuição e alguns postos já têm estoque, mas acho que em meados da próxima semana já vai dar para sentir na bomba”, pontuou.

Apesar do anúncio, Neto também disse que não é possível prever em quanto o preço dos combustíveis deve cair. “Ainda temos aumento do etanol que está majorado por causa da escassez. Ele ainda interfere no preço da gasolina porque 27% dela é composta do álcool, então a queda do preço é em parte do produto que chega para o consumidor”, ponderou.

Segundo o presidente, o mais aconselhável é que o consumidor abasteça com gasolina por causa da alta no preço do etanol. “Comprando mais gasolina o consumidor ainda ajuda a abaixar o preço do álcool, porque com menor procura, o preço dele também cai”, garantiu.

Eduardo Felipe espera que desconto da gasoline chegue às bombas Goiânia Goiás (Foto: Vanessa Martins/G1)
Eduardo Felipe espera que desconto da gasoline chegue às bombas (Foto: Vanessa Martins/G1)

O gerente de um posto de combustíveis da capital, Diogo Caetano, afirmou que se o produto chegar mais barato para o estabelecimento deve sim repassar o desconto para o consumidor. “O consumidor pode ver o preço mais baixo, mas vai depender da alta do etanol. Para nós seria ótimo abaixar o preço. Isso significa maior fluxo, o que é melhor para a gente”, relatou.

O gerente de outro posto, Jorge Luiz Gonzaga Brandão, contou que trabalha há 15 anos no ramo e nunca viu o preço dos combustíveis cair, a menos que seja alta da safra da cana, que reflete no preço do etanol. Ainda assim, ele espera poder diminuir o valor dos combustíveis.

“Para os postos é bom, vendemos mais produtos. Com o preço alto diminui muito o numero de clientes. Se ficar mais barato, tem maior rotatividade, então o melhor é passar o desconto para o cliente vir”, concluiu.(fonte:g1/go)

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