Welton Nunes estava detido suspeito de liderar quadrilha de roubo de gado
Ele tem fortuna de pelo menos R$ 6 milhões; corporação investiga o caso
A Polícia Civil abriu uma sindicância para apurar como um preso fugiu de uma cela localizada na Delegacia Estadual de Investigações Criminais (Deic), em Goiânia. De acordo com as investigações, Welton Ferreira Nunes Júnior, de 25 anos, estava detido suspeito de liderar uma quadrilha de roubo de gado em Goiás e tem uma fortuna aproximada de R$ 6 milhões, obtida por meio dos crimes.
Júnior foi detido no dia 1º de junho durante a operação Reis do Gado. Um vídeo feito pela polícia mostra o momento em que agentes invadem a casa dele, em um condomínio de luxo da capital. Além do imóvel, ele gostava de ostentar dirigindo carros esportivos, entre eles, uma Mercedes e três caminhonetes.
Apesar da cela ficar na Deic, ela é de responsabilidade da Delegacia Estadual de Capturas (Decap), cujo titular é o delegado Rener Sousa Moraes. Ele afirma que o preso conseguiu fugir na última sexta-feira (1º).
“Ele teria fugido durante o momento em que alguns presos eram tirados da carceragem para audiências de custódia. Lá a rotatividade é muito grande, todo momento chega e sai preso. Neste movimento, o cidadão aproveitou e saiu despercebido”, disse ao G1.
Moraes explica que a ausência de Júnior só foi percebida quando o policial responsável pela cela realizou a chamada diária dos presos. Imediatamente, o caso foi relatado e repassado à Corregedoria da Polícia Civil.
Investigação
De acordo com o superintendente da Polícia Judiciária, Ricardo Chueire, nenhuma possibilidade está descartada, inclusive, da participação de servidores. Ele acredita que o resultado da sindicância deve ser divulgado em dez dias.
“A Polícia Civil não compactua com esse tipo de situação. Vamos tentar entender o que aconteceu e implementar medidas para que isso não se repita. Se ficar comprovado que há envolvimento de algum servidor, ele será punido na forma da lei”, destaca.
Reis do Gado
A operação Reis do Gado foi coordenada pela Delegacia Estadual de Repressão a Furtos e Roubos de Cargas (Decar). Na ocasião, cinco pessoas foram presas. O delegado Alexandre Bruno, que coordenou a ação, informou que o gado roubado era levado para uma fazenda de Júnior.
“O chefe planejava os roubos e contratava os comparsas para realiza-los. Vestidos como policiais civis e militares, eles até utilizavam um carro plotado da corporação e com sirene. Eles abordavam as vítimas, rendiam os caminhoneiros e transferiam a carga para outro caminhão. Depois, o gado era revendido”, disse o delegado ao G1 no dia da operação.
Alexandre Bruno confirmou que o líder do grupo também cometia crimes. “Ele não tem menos de R$ 6 milhões em bens. Levava uma vida rica conseguida por conta dos crimes. Além dos bois, ele também é suspeito de coordenar o roubo de máquinas retroescavadeiras no Pará”, revelou.