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Marconi venderá a Celg no meio de olímpiada e julgamento de Dilma

A data marcada para a venda da Celg não poderia ser melhor para o governador Marconi Perillo (PSDB): 15 de agosto, bem no meio dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro e bem na semana-véspera do julgamento definitivo, pelo Senado, do afastamento da presidente Dilma Rousseff (PT).

Assim, Marconi venderá a Celg como sempre desejou: na surdina, sem muito destaque por parte da imprensa, que estará ocupada com outros assuintos.

Sim, se você ainda não sabe, o leilão de venda da Celg D está marcado para o dia 15 de agosto, de acordo com edital publicado ontem, sexta-feira, 24, em O Popular.

Como já ficou comprovado em números, a venda da Celg é um equívoco. A previsão na Celg D para este ano é de receita operacional de R$ 9 bilhões e investimentos de R$ 405 milhões. Com uma receita anual de R$ 9 bilhões, o que justifica vender uma empresa por 5 ou 6 bilhões?

A Celg só está “quebrada” e deu prejuízo porque foi mal gerida nos quatro mandatos de Marconi. Uma boa gestão resolveria o problema da empresa rapidamente. O que ela gasta com folha de pagamento é menos de 10% do que ela arrecada, um sonho para qualquer empresa estatal. A energia que ela compra das distribuidoras não chega à metade do valor que ela repassa aos consumidores. Contando ainda com o monopólio no mercado, não tem como dar prejuízo.

O prejuízo dela, na verdade, vem da má gestão, dos casos de corrupção já denunciados e do excesso de propaganda que a estatal gastou nos três primeiros mandatos do governador Marconi Perillo (PSDB), especialmente no primeiro e segundo mandatos, quando chegou a patrocinar até boxeadores em final de carreira.

De acordo com o edital, o preço mínimo para a venda da maior empresa de Goiás está mantido em R$ 2,8 bilhões. A Eletrobras terá direito a 51% do valor da venda, enquanto os outros 49% serão repassados para o governo goiano. Quem arrematar a Celg terá de arcar com dívidas de quase R$ 3 bilhões e ainda apresentar um plano de investimentos de R$ 2 bilhões.

No edital tornam-se públicas as condições de desestatização da Celg D, mediante a alienação de ações ordinárias representativas do seu capital social. A comissão que conduzirá o Leilão será composta por quatro membros do BNDES e um indicado pelo Ministério de Minas e Energia. O interessado em participar do Leilão, poderá atuar individualmente ou como membro de consórcio

Após a privatização da Celg D, o Estado terá automaticamente a obrigação de quitar um empréstimo de R$ 1,9 bilhão com a Caixa Econômica Federal – com os juros, a dívida já se aproxima de R$ 2,5 bilhões. Ou seja, se Marconi Perillo usar todo o dinheiro que ficará com o Estado, aproximadamente R$ 1,3 bilhão, ainda assim não conseguirá honrar o compromisso com a Caixa.(fonte:goias real)

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