Levantamento obtido pelo Estadão junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) mostra que as eleições 2022 podem ter até três vezes mais representantes do que a campanha de 2018.
O Brasil deve receber 100 observadores internacionais para acompanhar as eleições de outubro deste ano, o maior número de autoridades estrangeiras para executar esse tipo de atividade desde as eleições de 2010, – ano em que se passou a fazer a contagem -, quando 56 lideranças de 25 Países observaram a disputa. Levantamento obtido pelo Estadão junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) mostra que as eleições 2022 podem ter até três vezes mais representantes do que a campanha de 2018.
O aumento no número de observadores ocorre no mesmo momento em que o presidente Jair Bolsonaro (PL) e aliados levantam suspeitas, sem provas, sobre a lisura das eleições de outubro. Em mais de uma ocasião, o chefe do Executivo já insinuou que não deve aceitar o resultado da disputa caso não saia vencedor. A presença de autoridades internacionais de destaque, que atestam a confiabilidade do sistema eleitoral brasileiro, é tida como um dos anteparos preparados pelo TSE em caso de contestação.
O presidente do TSE, Edson Fachin, anunciou em evento nesta terça-feira, 17, que a Corte não desistiu de contar com representantes europeus na observação das eleições de 2022. A estratégia definida para atingir o objetivo de trazer mais de 100 autoridades internacionais foi firmar uma parceria com o Instituto Internacional para Democracia e Assistência Eleitoral (Idea Internacional), que coordenará a criação de uma rede de observações.
Os convites serão destinados a lideranças de todos os continentes, mas a possibilidade de parcerias europeias tem sido perseguida pela Corte. Autoridades da Europa sempre foram minoria entre os observadores que passaram pelo País. Em ao menos 12 anos de busca por visitas de observação, apenas Portugal, Rússia, Armênia, Romênia, França e Itália estiveram presentes no Brasil. As demais delegações partiam de Países de África, Ásia e América.
A estratégia de criar uma rede de observadores internacionais, com foco em aliados europeus, surge após o recuo do TSE no convite às autoridades da União Europeia para atuarem em missão de observação antes, durante e depois das eleições. Como mostrou o Estadão, fontes na diplomacia europeia disseram que o convite para uma missão exploratória foi retirado por causa de “reservas expressas pelo governo brasileiro”.
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