Os próximos capítulos dessa novela ainda são imprevisíveis.
O comando do Governo do Tocantins já está nas mãos de Wanderlei Barbosa (sem partido), o governador interino. O termo de assunção da Chefia do Poder Executivo foi assinado logo após a Polícia Federal ter dado cumprimento ao mandado de afastamento de Mauro Carlesse (PSL), pelo prazo de seis meses, a partir desta quarta-feira (20), por suspeitas de corrupção.
Essa reviravolta, totalmente inesperada neste momento, faltando menos de um ano para as eleições de 2022, tem potencial para mudar radicalmente o cenário político. Agora, Wanderlei Barbosa, tendo nas mãos a tão cobiçada caneta do Palácio Araguaia, mesmo que interinamente, pode figurar como um nome de peso na corrida pelo Governo do Estado.
Caso o afastamento de Carlesse perdure mesmo por 180 dias, provavelmente até 20 de abril de 2022, é natural que o passar dos meses torne o seu retorno ao comando do governo cada vez mais improvável, apesar de toda a fidelidade já demonstrada por Wanderlei, pois sempre existe o risco da sedução e embriaguez do poder. Mas é claro que Carlesse usará de todos os meios e recursos judiciais cabíveis para retornar ao governo o quanto antes.
Pela decisão do STJ, Carlesse está proibido de ter acesso ou frequência às dependências do Palácio Araguaia e de manter contato com os outros investigados. Obviamente, também não participará de nenhum ato público relativo à gestão estadual. A partir de agora, interinamente, Wanderlei Barbosa estará à frente de todas as ações, acompanhando obras pelo Estado e despachando com líderes, prefeitos e parlamentares, sentado na cadeira mais cobiçada do Palácio.