Pessoa procurou atendimento em Araguaína e Palmas.
A Secretaria de Saúde do Pará confirmou nesta quinta-feira, 10 de junho, o primeiro caso de mucormicose associada à Covid no estado, popularmente conhecido como ‘fungo negro’. O paciente é um idoso que mora em Santana do Araguaia, município paraense que fica perto da divisa com o Tocantins.
Segundo o G1 Pará, o idoso deu entrada no Hospital Regional de Conceição do Araguaia, município vizinho a Santana do Araguaia, com sintomas do novo coronavírus. Na unidade, ele foi diagnosticado com a covid-19 e ficou internado. Alguns dias depois ele teve melhora clínica e recebeu alta.
Contudo, após ser liberado, o paciente apresentou piora no quadro de saúde e procurou atendimento médico nas cidades de Araguaína e Palmas, no Tocantins. O idoso voltou a ser internado e só então recebeu o diagnóstico de mucormicose, sendo transferido para São Paulo (SP), onde fez o tratamento.
A secretaria paraense ainda investiga o caso para descobrir o local onde o paciente foi infectado.
Governo do Tocantins
O site solicitou informações sobre o caso à Secretaria da Saúde do Tocantins para saber por quais unidades, públicas ou privadas, o paciente passou e as medidas preventivas já adotadas.
Contudo, em nota, a Saúde afirmou apenas que “não há como saber em quais unidades o referido paciente esteve internado, sem o nome do mesmo, mas ressaltou que a mucormicose não é uma infecção contagiosa“, segundo informação da Secretaria da Saúde do Pará.
Outros casos no país de “fungo negro”
A mucormicose é uma infecção fúngica e milhares de casos foram registrados na Índia entre pacientes que se recuperaram de covid-19 ou que estavam em processo de recuperação.
Segundo o Ministério da Saúde, no Brasil foram registrados 29 casos de mucormicose entre janeiro e maio deste ano. Em 2020, conforme a pasta, foram 36 casos de janeiro a dezembro. Os dados são baseados em notificações feitas pelos estados.
Nos últimos dias, mais dois casos da infecção fúngica foram confirmados no Brasil: em Pernambuco e no Rio Grande do Norte. Nessas situações, segundo os governos locais, as pacientes haviam se recuperado da Covid-19 recentemente. Além disso, atualmente há, ao menos, outros três casos suspeitos da infecção fúngica no país.
“Fungo negro”
Causada pelos fungos Mucorales, a mucormicose é conhecida há mais de um século, tendo sido descrita pela primeira vez em 1885.
A doença pode representar uma ameaça para casos como os de pacientes com diabetes descontrolada, doenças oncohematológicas (como a leucemia) que precisam de transplante de medula óssea ou quando uma pessoa faz uso de altas doses de corticoides, que possuem ação anti-inflamatória.
O “fungo preto” mata mais de 50% dos afetados, segundo estudos sobre o tema. Muitos dos pacientes precisam passar por cirurgias mutilantes, que retiram partes do corpo atingidas pelo micro-organismo, como os olhos.
AF Notícias.