O chefe militar iraniano Qasem Soleimani, morto em um atentado dos EUA no aeroporto de Bagdá, no Iraque, em foto de outubro de 2019.
O ataque coordenado pelos EUA contra um aeroporto em Bagdá, no Iraque, matou Qasem Soleimani, o chefe da Força Revolucionária da Guarda Quds do Irã, considerado um dos homens mais importantes do país. Além dele, ao menos outras sete pessoas morreram.
O pentágono confirmou que o ataque aconteceu “sob ordens do presidente” Donald Trump. “Os militares dos EUA tomaram medidas defensivas decisivas para proteger o pessoal dos EUA no exterior, matando Qasem Soleimani”, afirmou em nota.
“Este ataque teve como objetivo impedir futuros planos de ataque iranianos. Os Estados Unidos continuarão a tomar todas as medidas necessárias para proteger nosso povo e nossos interesses, onde quer que estejam ao redor do mundo”, concluiu.
Por meio de sua conta no Twitter, o presidente dos EUA, Donald Trump, publicou uma imagem com a bandeira do país.
O ataque aéreo também teria vitimado Abu Mahdi al-Muhandis, comandante de milícia do Iraque, apoiada pelo Irã. A milícia da qual ele fazia parte também atribuiu a morte aos EUA.
Naim Qassem, segundo na linha de comando do Hezbollah no Líbano, também seria uma das vítimas.
A Guarda Quds é uma força de elite do exército iraniano e teria sido responsável pela invasão da Embaixada dos EUA, em Bagdá, no início desta semana.
O Irã nega participação na invasão. Analistas internacionais afirmam que a morte de Soleimani é maior do que a de Osama Bin Laden. Ele havia entrado na lista de 50 pessoas que moldaram a década feita pelo jornal Financial Times.
Quem era Soleimani
O general Soleimani, 62 anos, liderava a força Al-Quds dos Guardiões da Revolução, encarregada das operações no exterior. Era visto como um herói no Irã e exercia um papel-chave nas negociações políticas para formar um governo no Iraque.
Soleimani, um dos principais personagens do combate às forças jihadistas na região, tinha uma atuação fundamental no reforço da influência diplomática de Teerã no Oriente Médio, especialmente no Iraque e na Síria.
Após se manter discreto durante décadas, Soleimani começou a aparecer nas manchetes dos jornais depois do início da guerra na Síria, em 2011, onde o Irã apoia o regime do presidente Bashar al Assad.
EUA emitem nota
O Departamento de Defesa dos EUA emitiu um comunicado oficial e afirmou que “sob ordens do presidente, os militares dos EUA tomaram medidas defensivas decisivas para proteger o pessoal dos EUA no exterior, matando Qasem Soleimani, chefe da Guarda Revolucionária Islâmica Corps-Quds Force, uma organização terrorista estrangeira designada pelos EUA”.
Segundo a nota, “Soleimani estava desenvolvendo planos para atacar diplomatas americanos e membros do serviço no Iraque e em toda a região”. O ataque, segundo os EUA, teve como objetivo “impedir futuros planos de ataque iranianos”.
Poucas horas depois da morte de Soleimani a embaixada dos Estados Unidos em Bagdá, que na terça-feira foi alvo de um ataque por uma multidão pró-Irã, recomendou a seus cidadãos que deixem o Iraque “imediatamente”.
A representação diplomática pediu aos americanos no Iraque que deixem o país “de avião enquanto é possível”, já que o bombardeio aconteceu no aeroporto de Bagdá, ou “sigam para outros países por via terrestre”.
Reações ao ataque e alta dos preços do petróleo
O ministro iraniano das Relações Exteriores, Mohammad Javad Zarif, qualificou o ataque de “escalada extremamente perigosa e imprudente” deflagrada por Washington.
Mohsen Rezai, um antigo chefe dos Guardiões da Revolução, declarou que “Soleimani se uniu a nossos irmãos mártires e nossa vingança sobre a América será terrível”. “Uma reunião extraordinária do Conselho Supremo de Segurança Nacional foi convocada para as próximas horas para discutir o ataque…”, anunciou o porta-voz Keyvan Koshravi, citado pela agência estatal Isna.
Após a divulgação da notícia da morte do general, os preços do petróleo subiram mais de 4% nos mercados asiáticos nesta sexta-feira.
Notícias ao Minuto.