Mãe de Camila Mirielle Costa também foi baleada e está internada. Padrasto morreu durante a fuga, em Goianésia.
A atleta de basquete Camila Mirielle Costa, de 25 anos, que foi morta pelo padrasto ao defender a mãe, ficou paraplégica após ser atingida por uma bala perdida em uma festa, contou o delegado Marco Antônio Maia Júnior. O marido da mãe, Walmir Crisóstimo Pereira, de 45 anos, morreu logo depois de atirar contra a jovem e a mulher, que também foi baleada, em Goianésia, na região central de Goiás.
“A filha foi proteger a mãe e acabou morta. Ela ficou cadeirante porque tentaram matar um cara e um tiro acertou ela. Ela jogava basquete, superou bem a situação, mas, infelizmente, foi vítima de novo da violência”, disse o delegado.
O caso aconteceu na madrugada de sexta-feira (7), na casa da família. De acordo com o registro de ocorrência, Walmir e a mulher, Angelita da Costa, de 40 anos, estavam em um bar quando começaram a discutir e trocar agressões.
Em seguida, o homem voltou sozinho para casa e iniciou uma briga com a enteada. Quando a esposa retornou, tentou defender a filha.
No meio da discussão, segundo a polícia, a jovem tentou proteger a mãe de uma agressão. Em seguida, Walmir pegou uma arma e atirou três vezes contra a enteada, que morreu no local. Ele ainda atirou contra o braço da companheira.
Morte do padrasto
O padrasto fugiu na motocicleta dele. Logo depois, bateu contra uma cerca de arame às margens da GO-230 e morreu.
O delegado acredita que o autor dos tiros seguia para a fazenda dele, pois para chegar ao local era necessário pegar a rodovia. “Ao que tudo indica, a intenção não foi suicídio. Provavelmente, estava em alta velocidade, embriagado e perdeu o controle da direção”, afirma.
Investigação
Angelita foi socorrida pelo Corpo de Bombeiros e levada ao Hospital de Urgências de Anápolis (Huana). Segundo o delegado, ela segue internada até esta segunda-feira (10). A unidade de saúde não divulgou o quadro da paciente até a publicação desta reportagem.
O delegado disse que aguarda Angelita receber alta médica para colher o depoimento dela. “O motivo da briga ainda não sabemos, teremos de esperar ela melhorar para entender a dinâmica do crime”, afirmou Júnior.
De acordo com Júnior, o casal estava junto há mais de 15 anos e não havia histórico de agressões praticadas por Walmir. Parentes dele contaram que o homem sofria com depressão.
“Ele passava por um tratamento contra depressão e tomava remédios. Vamos ouvir o médico dele para saber se a mistura da bebida com a medicação pode ter alguma correlação com a tragédia”, disse o investigador.
A investigação visa esclarecer se outra pessoa participou ou colaborou de alguma forma com o crime. O delegado também apura de quem era a arma usada para balear a enteada e a mulher, pois ele não tinha posse de arma.
G1 Tocantins.