Últimas Notícias

Aniversário do Tocantins: Siqueira Campos vislumbra e revela legado

Em entrevista ao T1 Notícias, Siqueira revelou o que vislumbra para o futuro do Estado e destacou a importância da geração de empregos: “não há legado maior que a liberdade de um povo”.

Foi no dia 5 de outubro de 1988 que um novo estado foi criado no Brasil e o abandonado Norte de Goiás passou a ser o Estado do Tocantins. Um importante protagonista na luta pela criação e consolidação do Estado e de uma Capital está ligado a toda essa história: o ex-governador José Wilson Siqueira Campos, de 88 anos, autor da emenda de criação do Tocantins e do projeto de construção de Palmas, que na época seria a futura Capital do mais novo estado. Em entrevista, Siqueira Campos falou não só sobre o passado, se orgulhando da liberdade que deixará como legado para a população, mas também revelou como idealiza o Tocantins no futuro. Siqueira preferiu não citar o nome de nenhum político que ele acredita que possa fazer pelo Tocantins o que ele sonha.

Em poucos anos o Tocantins foi ganhando estradas, rodoviárias, universidades, aeroporto, pontes e uma população cada vez maior, atrás de oportunidades. Atualmente, segundo o último censo do IBGE, o Tocantins possui uma população de aproximadamente 286 mil habitantes vindos de outros estados e outros, mais jovens, já nascidos aqui.

Nesses 29 anos de história e crescimento Siqueira faz uma avaliação de todo o trabalho feito desde a apresentação de emendas, da época em que foi deputado, para desenvolver a infraestrutura e fazer com que o progresso alcançasse o recém criado Tocantins. “Sempre pensei em um Tocantins grande, desenvolvido e com justiça social. E a forma da população ter acesso a esse crescimento é com um Estado que ofereça os serviços públicos onde a população está. Por esse e outros motivos me dediquei à criação do Tocantins. Pois era inadmissível que uma pessoa que nasceu aqui na nossa região tivesse que deslocar até Goiânia para ter acesso aos serviços do Estado. Aqui não haviam universidades, hospitais, bancos. Nossa região não era atendida por políticas públicas, não tínhamos estradas asfaltadas, pontes, projetos habitacionais, dentre outros”, recordou o ex-governador.

Vindo de uma longa trajetória política em que cumpriu quatro mandatos como governador do Tocantins e cinco mandatos como deputado federal, Siqueira revelou que ainda tem sonhos para o Estado e vislumbra o progresso por meio de investimento em infraestrutura e geração de empregos para que o povo possa prosperar.

“Passada essa fase de implantação e consolidação, o Estado precisa seguir investindo em sua infraestrutura para atrair investimentos. Já somos grandes na produção primária, mas exportar os produtos in natura representa uma perda para o Estado. A presença de empreendimentos privados irá gerar oportunidades para o nosso povo. É preciso estimular o consumo, mas para isso os tocantinenses precisam ocupar os melhores postos de trabalho e terem bons salários. É bom que estejamos conscientes que o progresso, a geração de empregos e o enriquecimento de um povo, somente poderão ser conquistados pelo poder de compra de cada pessoa, ensejada por bons empregos e bons negócios. Sem isto, estaremos condenados irremediavelmente à pobreza, à miséria e a alta criminalidade”, avaliou Siqueira.

Questionado sobre um nome ou algum perfil político que possa dar continuidade ao seu trabalho e fazer pelo Tocantins o que ele sonha para o futuro do Estado, Siqueira preferiu não citar nomes devido à proximidade com o período eleitoral e alertou que o momento é de união para tirar o Estado da crise. “Citar um nome pode significar uma injustiça e no atual quadro político, poderia ser interpretado como uma manifestação de apoio, algo que neste momento sequer está em debate. Ainda falta um ano para as eleições e o momento atual tem que ser de união dos líderes e da população para tirar o Estado da crise que afeta todo o Brasil”.

Sem deixar de resgatar toda a luta do passado, o ex-governador fez um balanço da identidade e cultura tocantinense que vem sendo construída e conclui que seu maior legado será a liberdade de um povo e a autonomia do Estado. “Penso que não há legado maior que a liberdade de um povo. A dignidade, o orgulho de sua terra. Hoje a nossa gente fala com todas as letras e em alto e bom som que é tocantinense. Vejo com satisfação a nossa manifestação cultural, a nossa gastronomia e tantos outros movimentos que descrevem a nossa ‘tocantinidade’. Hoje temos identidade, somos donos do nosso destino. Pode até aparecer aqueles que pensam que o nosso povo vive isolado e sem acesso à informação e chegam com um discurso de ‘libertador’ e de ‘salvador da pátria’. Mas o povo já está livre há 29 anos. Livre das oligarquias goianas que concentravam toda a riqueza no sul e deixavam o norte esquecido. Hoje o desenvolvimento acontece em todas as regiões, cada qual com seu potencial, seja o turístico, o de produção de alimentos, o de produção energética, seja o comércio, o serviço, a indústria, mesmo que esta última ainda com certa timidez. O Estado precisa fazer sua parte, dotar as regiões da infraestrutura necessária para o crescimento econômico, ser um facilitador. E deixar que a iniciativa privada ofereça os empregos e a população encontre as oportunidades que esses investimentos irão oferecer. Mas reitero, não há legado maior, nem maior orgulho do que ser chamado de tocantinense”, finalizou.

T1noticias

Últimas Notícias

Não deixe de ler

RECEBA NOSSAS NEWSLETTERS

Quer ficar informado em primeira mão? Se cadastre na nossa Newsletter e receba o Mapa da Notícia no seu e-mail.