Últimas Notícias

Marcelo dá um enorme passo para se manter no Governo

Nada está decidido ainda, mas o voto da ministra Luciana Lóssio, relatora no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) do recurso contra o governador Marcelo Miranda (PMDB) e sua vice Cláudia Lelis (PV), movido pelo Ministério Público Federal (MPF) e pela coligação “A Mudança que a Gente Vê”, do ex-governador Sandoval Cardoso (SD), abre uma enorme possibilidade de que seja acompanhado pelos demais membros da Corte. Lóssio decidiu rejeitar o recurso por considerar que não há prova consistente de que os R$ 500 mil apreendidos em Piracanjuba (GO), em setembro de 2014, seriam mesmo utilizados na campanha de Marcelo e nem vínculo do caso com o PMDB do Tocantins.

Os argumentos da relatora foram bastante consistentes e já vinham sendo considerados nos bastidores. A irregularidade do dinheiro não estava no centro do debate eleitoral, mas, sim, sua utilização ou não na campanha do então candidato a governador. Além dos R$ 500 mil apreendidos num avião, o MPF apontava também transferências de mais de R$ 1 milhão de contas dos envolvidos.

Contudo, a ministra lembrou que os R$ 500 mil, por terem sido apreendidos, não foram efetivamente para a campanha e, portanto, não tiveram qualquer influência nas eleições do Tocantins. Ela ressaltou, inclusive, que esse montante poderia ser utilizado na campanha do deputado federal Carlos Gaguim (PTN), afinal, 3 quilos de santinhos do parlamentar estavam no avião, ou ainda na de outros candidatos do PMDB do Estado. Não é, segundo a relatora, possível comprovar nada disso.

Os mais de R$ 1 milhão, como mostrou a defesa, foram transferidos pelos envolvidos para contas particulares e utilizados para a compra de veículo, sanear empresas e até adquirir equipamentos agrícolas ou coisa do tipo. Isto é, os recursos, de fato, não foram para a campanha eleitoral.

O vínculo do caso com o PMDB era mostrado pela acusação com um tíquete de abastecimento do avião pago pelo partido. Porém, ponderou a ministra Luciana Lóssio, esse documento era de um mês antes da apreensão da aeronave e não poderia estar relacionado àquela operação interceptada pela Polícia Civil de Goiás em Piracanjuba em 18 de setembro de 2014.

A relatora ainda considerou ilícitas como provas as mensagens de WhatsApp apresentadas nos autos, porque foram obtidas sem autorização judicial, apontando, inclusive, jurisprudência do Supremo Tribunal Federal (STF) neste sentido.

Também a ministra não deu crédito à prova testemunhal dos envolvidos, que disseram logo após a prisão que o dinheiro era para a campanha de Marcelo. Isso porque eles foram orientados pelos advogados a assim afirmarem para que não fossem enquadrados no crime de tráfico de drogas, o que era o alvo da operação da PC goiana. Luciana Lóssio disse que não reconhecia, por isso, “a credibilidade da prova testemunhal”.

O julgamento foi suspenso pelo pedido de vista do ministro Luiz Fux e deve ser retomado nas próximas semanas, quando todos os membros da Corte Eleitoral devem dar seu voto para que o caso seja encerrado. Porém, o relatório bem consistente da ministra será difícil de ser derrubado, ainda que, claro, exista sempre esta possibilidade.

De toda forma, com voto contrário à cassação dado pela relatora que se debruçou sobre o caso, o governador Marcelo Miranda deu um enorme passo para se manter no comando do Palácio Araguaia até dezembro de 2018.

Portal Cleber Toledo

Últimas Notícias

Não deixe de ler

RECEBA NOSSAS NEWSLETTERS

Quer ficar informado em primeira mão? Se cadastre na nossa Newsletter e receba o Mapa da Notícia no seu e-mail.