Tocantins saltou de 210 para 3.085 mil casos no primeiro mês do ano. Os números da doença no Brasil aumentaram 149% em comparação com 2018.
O Tocantins registrou um aumento de mais de 1000% nos casos de dengue em 2019 e lidera o ranking no país. O levantamento foi divulgado nesta terça-feira (26) pelo Ministério da Saúde e leva em conta as primeiras semanas epidemiológicas deste ano em comparação com o mesmo período de 2018. Em todo o país foram registradas cinco mortes pela doença, uma delas no Tocantins.
Os dados apontam o número de casos suspeitos notificados no Tocantins cresceu 1.369%, saltando de 210 para 3.085 mil. O período analisado foi até o dia 2 de fevereiro.
São Paulo é o segundo colocado, onde o aumento foi de 1.072%. Foram registrados 17.004 casos prováveis em 2019, contra 1.450 em 2018.
Dados estaduais
O boletim divulgado pela Secretaria de Estado da Saúde do Tocantins na semana passada mostra que os casos continuam aumentando. Até o dia 21 de fevereiro foram notificados 5.246 casos em 2019, contra 257 em 2018. Neste cenário, o acréscimo foi de 1.941%.
Casos de dengue foram notificados em 106 dos 139 municípios do estado. Entre eles, 14 pacientes apresentavam sinais de dengue grave.
Conforme o Ministério da Saúde, em todo o país foram registradas cinco mortes pela doença, uma delas no Tocantins. As outras foram em São Paulo, Goiás (2) e Distrito Federal. Em 2018 foram notificados 23 óbitos.
As cidades com maior incidência de dengue são: Porto Nacional, Oliveira de Fátima, Dianópolis, Miracema do Tocantins, Palmas, Silvanópolis, Monte do Carmo, Tocantínia, Ipueiras, Paraíso do Tocantins, Rio da Conceição, Talismã, Chapada da Natividade, Formoso do Araguaia e Santa Rosa do Tocantins.
Combate
Cerca de 80% dos focos do mosquito Aedes aegypti estão dentro das casas. Um levantamento feito pela Secretaria Estadual da Saúde informou que os criadouros podem ser encontrados em caixas d’ água, vasos de planta, piscinas e até bebedouros de animais.
A Prefeitura de Palmas decidiu, por causa disso, retomar o uso do fumacê para aplicar inseticida nas regiões mais endêmicas da cidade.
O Aedes
O mosquito é menor do que um pernilongo comum, de cor café ou preto, apresenta listras brancas no corpo e nas pernas. Possui hábitos diurnos, sua picada ocorre nas primeiras horas da manhã e nas últimas da tarde, não dói e não causa coceira na pele. Durante o voo, o Aedes não faz ruído para passar despercebido e não chamar a atenção.
A fêmea do mosquito pode colocar mais de 100 ovos de cada vez. Seu ciclo apresenta quatro fases: ovo, larva, pupa e adulto. O desenvolvimento dos ovos até o surgimento do mosquito se dá em cerca de apenas 10 dias, podendo esse período ser menor, dependendo das condições do ambiente em que os ovos foram postos.
Quem contamina o ser humano é a fêmea do mosquito, que precisa de uma substância do sangue para completar o processo de amadurecimento de seus ovos, enquanto o macho apenas se alimenta de seiva de plantas.
A transmissão começa quando a fêmea pica uma pessoa com dengue. O tempo necessário para o vírus se reproduzir no organismo do mosquito é de 8 a 12 dias.
Os sintomas
Segundo o Ministério da Saúde, a infecção por dengue pode ser assintomática, ou seja, não apresentar sintomas, ou apresenta-los de forma leve e grave. Neste último caso pode levar até a morte.
A primeira manifestação da dengue é a febre alta (39° a 40°C), de início abrupto, que geralmente dura de 2 a 7 dias. Também são sintomas a dor de cabeça, dores no corpo e articulações, além de prostração, fraqueza, dor atrás dos olhos, erupção e coceira na pele. Perda de peso, náuseas e vômitos são comuns. Em alguns casos também apresenta manchas vermelhas na pele.
A forma grave da doença inclui dor abdominal intensa e contínua, vômitos persistentes e sangramento de mucosas. Ao apresentar os sintomas, é importante procurar um serviço de saúde para diagnóstico e tratamento adequados, todos oferecidos de forma integral e gratuita por meio do Sistema Único de Saúde (SUS).
G1 Tocantins.