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Suspeita de ser servidora fantasma diz que fez campanha para Carlesse nas duas eleições; veja trecho dos depoimentos

Depoimentos foram colhidos durante fase da operação Catarse em Araguaína, norte do Tocantins. Mulheres teriam recebido do Estado sem trabalhar em repartições públicas por nove meses.

A TV Anhanguera teve acesso a trecho dos depoimentos de duas mulheres suspeitas de serem servidoras fantasmas da extinta Secretaria-geral de Governo do Tocantins. Elas declararam à Polícia Civil que foram contratadas em março de 2018 e nunca desempenharam funções no Estado. O único serviço desenvolvido teria sido de cabos eleitorais nas duas campanhas do governador Mauro Carlesse (PHS) – na eleição suplementar e eleição de outubro – e da deputada estadual Valderez Castelo Branco (PP).

As contratações teriam sido feitas por meio da deputada Valderez e as mulheres foram mantidas nos cargos mesmo sem trabalhar até dezembro de 2018. Elas não foram presas e vão responder em liberdade.

Delegado: […] A senhora ficava à disposição da Valderez, é isso?
Investigada 1: Isso. Que eu fui lá e pedi, né, para ela me arrumar um emprego que eu estava desempregada. Aí ela me deu.
Delegado: E qual era a sua atividade? Qual era o seu trabalho? Ou a senhora estava apenas recebendo e só fazia algo quando a Valderez pedia?
Investigada 1: É, na política dela que a gente trabalhou né.
Entre as atividades que as mulheres teriam desenvolvido estão à distribuição de material de campanha nas ruas e em redes sociais, além de pedirem votos. Uma delas afirmou que trabalhou tanto na campanha da eleição suplementar, de junho, quanto na eleição geral de outubro.
Delegado: durante a campanha você trabalho apenas pra ela ou você também trabalhou fazendo campanha para o governador Mauro Carlesse?
Investigada 2: Para ela e pra ele.
Os depoimentos foram colhidos durante uma nova fase da operação Catarse realizada nesta quinta-feira (14) em Araguaína, norte do Tocantins. A investigação apura a existência de funcionários fantasmas no governo do Tocantins.

Em dezembro de 2018, durante o cumprimento de mandados de busca no Palácio Araguaia foram encontrados indícios de que mais de 300 pessoas estariam recebendo sem trabalhar na extinta Secretaria-Geral de Governo.

Outro lado

O governo do Tocantins não comentou as declarações das ex-servidoras, mas disse que “não há funcionários fantasmas na atual administração”. Ressaltou ainda que os mandados não foram cumpridos em órgão público do Estado.

O governador Mauro Carlesse (PHS) também disse desconhecer os fatos. “Eu não sei ainda. Eu não vi ainda, não posso te informar. A gente vai procurar saber e depois passar as informações para vocês, porque eu não tenho esse conhecimento”.

A deputada estadual Valderez Castelo Branco disse que não foi informada oficialmente sobre o assunto. Ela afirmou que, assim que tomar conhecimento dos fatos, se colocará à disposição para esclarecer às dúvidas.

Outras fases

A Operação Catarse é uma força-tarefa de várias delegacias do estado para investigar danos ao erário público. As investigações começaram após denúncias de funcionários fantasmas do governo do Estado em Araguaína, norte do Tocantins, em dezembro de 2018.
Depois, mandados foram cumpridos na Secretaria-geral de Governo, no Palácio Araguaia, onde os agentes encontraram indícios de que 300 funcionários estariam recebendo sem trabalhar. Essa fase da operação inclusive foi alvo de críticas do próprio secretário de segurança pública.
Outro desdobramento ocorreu na Câmara de Vereadores de Porto Nacional, quando foram cumpridos mandados contra fraudes em licitações. Essa fase foi chamada de Negócios de Família. A suspeita é de que o grupo teria desviado R$ 700 mil.

Gabinetes de deputados também já foram alvo da operação Catarse. Três funcionários da Assembleia Legislativa chegaram a ser presos preventivamente. Neste caso, a suspeita é de que assessores parlamentares tinham que devolver a maior parte do salário para pessoas ligadas aos parlamentares.
Veja mais notícias da região no G1 Tocantins

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