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Aos 85 anos, Goiânia mistura aspectos de tradição e modernidade em prédios históricos

Veja como eram e como estão monumentos da capital, que completa mais um ano de fundação nesta quarta-feira.

Do Setor Campinas a um total de 263 bairros, Goiânia cresceu e completa 85 anos com mais de 1,5 milhão de habitantes nesta quarta-feira (24). A rotina intensa de grande parte dos goianienses faz com que passem despercebidos detalhes da história da capital que estão “escondidos” em vários prédios e monumentos da capital.

O estilo Art Déco, que norteou a construção dos primeiros imóveis, era o que havia de mais moderno na década de 30. Para o historiador e autor do livro “A construção de Goiânia e a Transferência da capital”, Nasr Fayad Chaul, isso representa o toque de modernidade presente desde o planejamento da cidade.

“É a mesclagem do urbano e rural, do tradicional e do moderno. É muito bonita essa dimensão cultural da mistura da construção de Goiânia com Campinas. Tinha casas em Art Decó e outras que eram réplicas da fazenda”, afirma Chaul.

Vinte e dois edifícios com arquitetura Art Decó foram tombados, em 2003, pelo Instituto do Patrimônio Histórico Artístico e Nacional (Iphan). Eles estão concentrados no Setor Central e no núcleo de Campinas, antigo município e atual bairro da capital.

Entre eles está o Cine Teatro Goiânia, inaugurado em 1942, no chamado Batismo Cultural da nova capital. O historiador considera o prédio “emblemático”, pois demostra a preocupação dos fundadores com o lado cultural. Chaul afirma que é preciso valorizar o acervo.

“Goiânia tem um patrimônio maravilhoso que podia estar sendo bem cuidado e servir de atrativo para o mundo. É preciso de políticas públicas, conscientização dos donos dos prédios e de trabalhar desde a infância para que as crianças entendam a importância do patrimônio”, defende o historiador.

Veja monumentos e prédios históricos de Goiânia:

  • Praça Cívica

Traçada do Setor Central a partir da Praça Cívica, em Goiânia — Foto: Eduardo Bilemjian/ Divisão de Patrimônio Histórico da Secretaria de Cultura)

O complexo de prédios da Praça Cívica, sede do poder Executivo, e o traçado do Setor Central também guardam curiosidades. Há quem diga que o formato faz alusão a Nossa Senhora Aparecida e outros, aos principais rios do estado, que dão nome às avenidas que partem do local – Tocantins e Araguaia.

No entanto, para Chaul, o traçado do Setor Central reflete a posição política da época. “Ele mostra que tudo, que as três principais avenidas, vão ao encontro do Poder Político. Nascem a partir dele. É a questão da centralização política da época, que campeava pelo processo histórico mundial”.

Vista do alto do Palácio Pedro Ludovico Teixeira, na Praça Cívica, em Goiânia, de onde partem as avenidas Tocantins, Goiás e Araguaia (da esquerda para a direira) — Foto: Paula Resende/ G1

  • Grande Hotel

Grande Hotel de Goiânia é inaugurado em 1937 — Foto: Hélio de Oliveira Acervo/ Divisão de Patrimônio Histórico da Secretaria Municipal de Cultura

Inaugurado em janeiro de 1937, o Grande Hotel foi palco do primeiro carnaval de Goiânia e sediou os mais badalados bailes nas primeiras décadas da capital. Famosos também se hospedaram nos quartos do local, que foi um dos três primeiros prédios de Goiânia. Inclusive, Getúlio Vargas já se pronunciou da sacada do hotel.

Localizado na Avenida Goiás com a Rua 3, o Grande Hotel abriga, atualmente, a Gerência de Patrimônio Artístico e Cultural da Secretaria Municipal de Cultura.


Grande abriga , a Gerência de Patrimônio Artístico e Cultural da Secretaria Municipal de Cultura, em Goiânia, Goiás — Foto: Paula Resende/ G1

  • Praça do Avião

Foto de 1937 do antigo Aeroporto de Goiânia, localizado no Setor Aeroporto — Foto: Eduardo Bilemjian/ Divisão de Patrimônio Histórico da Secretaria de Cultura de Goiânia

O Setor Aeroporto não leva este nome à toa. O bairro abrigou o primeiro aeroporto da capital, onde, atualmente, fica a Praça do Avião. Devido ao crescimento da cidade, se construiu o Aeroporto Santa Genoveva, inaugurado em meados da década de 50 e reinaugurado em 2016.

Praça do Avião, no Setor Aeroporto, ocupa área onde era o antigo aeroporto de Goiânia — Foto: Vanessa Chaves/ G1

  • Estação Ferroviária

Inaugurada em 1950, Estação Ferroviária de Goiânia opera até a década de 1980 — Foto: Fotografia Histórica/ Cedoc TV Anhanguera

Inaugurada em 1950, a Estação Ferroviária operou até a década de 1980. Por ela passavam trens de cargas e passageiros que segEstrada de Ferro Goyaz.

O prédio está localizado na Praça do Trabalhador, no Setor Central, e passa por restauração do Iphan. A área total do edifício é de 1,9 mil m².

Estação Ferroviária, em Goiânia, passa por restauração — Foto: Paula Resende/ G1

  • Coreto
O Coreto da Praça Cívica, em Goiânia, foi totalmente descaracterizado na década de 70, quando se transformou em um ponto de informações turísticas — Foto: Divisão de Patrimônio Histórico da Secretaria de Cultura de Goiânia

Projetado por Jorge Félix de Souza, o coreto conta com elementos considerados de “máxima modernidade para a época”, como a laje superior sustentada por dois pilares. Pelo monumento passaram város politícios e, atualmente, ainda é palco de manifestações na capital.


Após várias obras, o Coreto da Praça Cívica voltou ao seu modelo original em 1978 , o qual é mantido — Foto: Paula Resende/ G1

  • Lago das Rosas

Meninos brincam no trampolim do Lago das Rosas, na década de 1950, em Goiânia — Foto: Hélio de Oliveira/ Divisão de Patrimônio Histórico da Secretaria de Cultura

Primeiro parque de Goiânia, o Lago das Rosas foi estruturado pelo governo estadual entre 1940 e 1941 e formado com a canalização da água do Córrego Capim Puba para as proximidades da área verde do Horto Florestal, no Setor Oeste.

Nos primeiros anos, os moradores ainda banhavam na água do lago. Atualmente, isso não é mais possível, mas o parque ainda é um dos principais cartões postais. A Murada do Lago e o Trampolim são tombados pelo Iphan.

Murada do lago e o Trampolim são tombados pelo Iphan — Foto: Vanessa Chaves/ G1

  • Relógio da Avenida Goiás

Relógio da Avenida Goiás, em Goiânia — Foto: Hélio de Oliveira/ Divisão de Patrimônio Histórico da Secretaria Municipal de Cultura

Inaugurada em julho de 1942, durante as comemorações do Batismo Cultural de Goiânia, a torre do relógio foi projetada por Américo Vespúcio Pontes. Em 1998, a estrutura passou por restauração, quando foram recuperados a iluminação interna e o mecanismo do relógio.

Relógio da Avenida Goiás fica logo abaixo da Praça Cívica — Foto: Paula Resende/ G1Relógio da Avenida Goiás fica logo abaixo da Praça Cívica — Foto: Paula Resende/ G1

Relógio da Avenida Goiás fica logo abaixo da Praça Cívica — Foto: Paula Resende/ G1

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