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Morte pode ter sido por preço de combustível

Assassinato de empresário teria sido encomendado por R$ 350 mil; presidente de Sindiposto nega envolvimento

Um crime encomendado ao custo de R$350 mil. Esse foi o valor que a polícia chegou após investigação em relação ao assassinato do empresário do ramo de combustíveis Wenceslau Leobas, 77 anos, em janeiro deste ano. em Porto Nacional. A conclusão do inquérito aponta que o principal motivo do crime seria a discordância do empresário em alinhar o preço do combustível.

Conforme o inquérito, o mandante do homicídio é o empresário e presidente do Sindicato dos Revendedores de Combustíveis do Estado do Tocantins (Sindiposto-TO), Eduardo Augusto Rodrigues Pereira. Na denúncia, Leobas e outro empresário do ramo em Porto Nacional, Helvécio Coelho Rodrigues, estavariam sendo ameaçados por Pereira. Com medo, Coelho passou a andar com segurança 24 horas por dia. Marilene Batista dos Santos foi testemunha ocular do homicídio. De acordo com a oitiva, a testemunha informou estar sendo coagida e perseguida, com pessoas vigiando sua casa.

Segundo o relatório do Ministério Público Estadual (MPE), a vítima praticava preços abaixo do mercado e tinha a intenção de construir um posto de combustíveis em Palmas, “inclusive já com licença prévia, licença de instalação e o projeto de combate a incêndio aprovado pelo Corpo de Bombeiros”, aponta o documento.

O inquérito cita ainda, em interceptações telefônicas, conversas entre Pereira e autoridades da Capital e de Porto Nacional, onde o crime aconteceu, como o ex-vereador da Capital Ivory de Lira e o vereador de Porto Nacional Geylson Neres Gomes. “O que consta no processo é que o acusado tinha forte poder econômico e trânsito, tanto no seio político de Porto Nacional, quanto de Palmas, inclusive constam interceptações dele conversando com um vereador em Porto Nacional, outras interceptações citando, com palavras chulas, deputados, falando em si com vereadores ou ex-vereadores de Palmas acerca desse assunto pertinente a combustíveis”, afirmou o promotor Abel Andrade Leal Júnior.

Pagamento

Os valores pagos aos executores do assassinato, Alan Sales Borges, 34 anos, e José Marcos Lima, 40 anos, a priori, chegaram a R$ 33 mil, afirmou o delegado da Polícia Civil Hudson Guimarães Leite. “Esses pagamentos, inicialmente, eram feitos de aporte à família, em dinheiro. Há uma ligação clara e evidente de que eles estão recebendo dinheiro, pelo menos R$ 3 mil naquela data do suporte financeiro. E também os presos no presídio estavam recebendo suporte financeiro, primeiro um celular no presídio é absolutamente caro e eles tinham celular a disposição 24 horas por dia”, explicou.

O inquérito aponta ainda interceptações telefônicas entre a esposa de um dos réus com um sargento da Polícia Militar Elias Ribeiro de Souza, o que supõe participação dele no que se refere ao conhecimento da negociação.

As informações foram repassadas durante coletiva na manhã de ontem na sede do MPE, em Porto Nacional, e contou com a presença dos promotores de Justiça Vinícius de Oliveira e Silva e André Ricardo Fonseca Carvalho.

Defesa

Em nota, Pereira nega a participação no crime. “Não conheço as pessoas nele envolvidas diretamente, nada sei a respeito de supostos pagamentos e não há qualquer correlação entre a minha atividade comercial e os fatos constantes da denúncia”, explicou, ressaltando que na época do crime surgiram comentários que envolviam o seu nome e de sua família, razão pela qual se interessou em saber o que era dito.

Amastha

No relatório final do inquérito, o nome do prefeito de Palmas, Carlos Amastha (PSB), também foi citado entre um dos políticos que o acusado teria contato. Amastha procurou uma delegacia de em Palmas, na tarde de ontem, para esclarecer que apesar da vítima ter se dirigido à gestão acompanhada de políticos, em todas as oportunidades foi esclarecido que a análise do seu empreendimento passaria apenas por critérios técnicos. “É com muita indignação que tomamos conhecimento. Não entrei na política para isso e não admito que malfeitores coloquem o meu nome em suas bocas para proveito próprio e de seus atos”, disse o prefeito em nota à imprensa.

Morte

No dia 28 de janeiro, por volta das 6h30, Wenceslau Leobas foi atingido com um tiro no pescoço em frente sua casa, em Porto Nacional. Ele ficou até internado por 16 dias, vindo a falecer em decorrência das lesões sofridas.(fonte:jornal do tocantins)

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