Prejuízo causado com o golpe pode chegar a R$ 214 mil, em Goiás.
Eles usaram senha de ex-estagiária para ter acesso a sistema do TJ.
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A Polícia Civil apresentou nesta terça-feira (5) três homens suspeitos de falsificar documentos do Tribunal de Justiça de Goiás para conseguir sacar dinheiro que estava depositado em contas judiciais. A estimativa é que o crime tenha causado cerca de R$ 214 mil de prejuízo. Aos agentes um dos presos confessou o crime e disse que adulterava os alvarás, pois estava com dificuldades financeiras.
A delegada responsável pelo caso, Mayana Rezende, explicou que Leandro Rodrigues de Morais, 32, Ricardo Borges Rocha, 37 e Rondriander Lourenço Camargo, 31, realizaram os saques entre maio e setembro do ano passado.
“Eles filmaram uma ex-estagiária digitando a senha dela para entrar no sistema e, com essa informação, conseguiram entrar no sistema, ter acesso aos processos e colocar o nome de um deles como beneficiário para sacar os valores depositados nas contas judiciais. Em seguida, falsificavam a assinatura e o carimbo dos juízes e conseguiam fazer os saques”, explicou. Nas investigações ficou comprovado que a ex-estagiária não tem qualquer ligação com os criminosos.
Em nota, o Tribunal de Justiça de Goiás informou ao G1 no final desta tarde que “partiu da Diretoria do Foro da comarca de Goiânia a requisição para que a Polícia Civil investigasse a suposta fraude”. Ainda conforme o órgão, foi aberto um processo administrativo que até agora não constatou envolvimento de servidores.
Após o saque, Leandro ficava com 20% do valor e os outros dois, com 40% cada. “O Ricardo preferiu exercer o direito de só se manifestar em juízo. Os outros dois confessaram o crime. O Leandro disse que resolveu participar do esquema porque estava desempregado e precisando de dinheiro”, relatou a delegada.
A polícia informou que Rondriander já respondia a três outros processos pelo mesmo crime. Ricardo, que é bacharel em direito, já foi preso por se passar por advogado usando a carteira da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de outros dois profissionais.
Os três vão responder falsificação de documento público, estelionato, falsidade ideológica, associação criminosa e subtração ou inutilização de livro ou documento. Somadas, as penas podem chegar a 24 anos de prisão.
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