Maykon Eder de Jesus, de 23 anos, falou com os parentes pela última vez há quase dois meses, quando estava nas Bahamas e se preparava para travessia irregular.
A família do goiano Maykon Eder Alves de Jesus, de 23 anos, que sumiu há quase dois meses ao tentar entrar de forma ilegal nos Estados Unidos, segue em busca de informações sobre o jovem. Os parentes pedem mais apoio às autoridades brasileiras para localizá-lo.
“Infelizmente, seguimos sem notícias. Ninguém do Itamaraty entra em contato para dar uma posição. A minha vontade é sair procurando meu filho, mas não tenho condição”, disse a mãe de Maykon, a dona de casa Idalira de Jesus, de 48 anos.
Apesar da reclamação da família, o Itamaraty informou que o Consulado do Brasil em Miami segue em contato com representantes locais para buscar informações sobre o jovem. Segundo o órgão, até o momento, “autoridades migratórias americanas não encontraram registro de Maykon Eder em nenhum centro de detenção imigratório ou federal”.
Ainda de acordo com o Itamaraty, “foi reiterado pedido de localização à Guarda Costeira norte-americana, mas ainda não há notícias sobre o paradeiro do brasileiro”.Família está desesperada com o desaparecimento do jovem (Foto: Paula Resende/ G1)
Devido ao desespero da família, o delegado da Polícia Civil André Fernandes tenta auxiliá-los. “É um caso complicado e exige atenção especial pelo menos para entrar em contato com todos os países em que ele passou”, avalia.
Viagem
Maykon Eder morava com os pais e o irmão em Senador Canedo, na Região Metropolitana de Goiânia. Segundo a família, há dois anos ele teve a ideia de ir para os Estados Unidos, tentou tirar o visto por duas vezes, mas não conseguiu autorização.
“Ele tinha o sonho de trabalhar, juntar dinheiro para ajudar a família, crescer na vida”, disse o irmão dele, Wesley Alves de Jesus, de 21 anos.Maykon Eder Alves de Jesus tinha tentado o visto americano por duas vezes, mas não conseguiu (Foto: Arquivo pessoal/ Wesley Alves de Jesus)
Os parentes não sabiam que Maykon Eder ainda tentava ir para o exterior. Ele só contou à família sobre a viagem horas antes de embarcar, no dia 10 de maio. Primeiramente, ele foi para o Panamá, depois para a República Dominicana e, por fim, chegou às Bahamas.
A última vez que Maykon Eder entrou em contato com os parentes foi no dia 3 de agosto, quando estava em Freeport, nas Bahamas. Na ocasião, o goiano disse por mensagem de um aplicativo de celular que poderia iniciar a travessia pelo mar a qualquer momento.
“Se eu não falar mais com a senhora, não se preocupe porque eles tomam o celular. Quando chegar em Miami, entro em contato. Amo vocês”, disse o jovem à mãe.
Os parentes não sabem o que ocorreu depois. “A gente não sabe se ele foi preso, se ele está com um ‘coiote’ em trabalho escravo. Também não podemos descartar um naufrágio”, lamenta o irmão.
A mãe de Maykon Eder diz que vive um “pesadelo”. “Não como, já emagreci não sei quantos quilos, estou tomando remédio para dormir, estou com uma psiquiatra. Não é vida, estou vivendo pelo Senhor, pela esperança e por esses dois do meu lado [marido e filho caçula]”, desabafou.
G1/GO