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WhatsApp tem suspeita sobre urnas e desânimo de petistas

Os alertas de fake news não adiantaram, nem o posicionamento de autoridades responsáveis sobre a legitimidade do sistema eletivo.

Bolsonaro havia aparecido com 49% de votos no início da apuração das urnas, mas o índice foi caindo conforme prosseguiu a contagem em estados como Bahia, Piauí, Ceará e Pernambuco. “Já fui até humilhada por votar num candidato diferente do ‘resto do Ceará’.. vergonha desses ignorantes”, postou outra eleitora com código de área do próprio estado a que se referia, antes de um dos integrantes do grupo protestar contra a natureza das mensagens: “Peço a vcs que não postem nada contra nordestinos nas redes sociais pfv. Isso é chato e pode causar revolta contra Bolsonaro”.

Enquanto isso, no grupo Haddad Manuela 13 (35 participantes), que torcia pelos candidatos petistas à Presidência (Fernando Haddad), o início da apuração das urnas começou com desânimo. Às 19h14, uma eleitora disse: “Acho que nessa Nós fomos”.

Depois, com a leve queda de Bolsonaro e volume similar de votos acrescidos aos índices de Haddad, o otimismo voltou: “Vai dá pt vai da”, publicou um participante. A reportagem acompanhou as publicações desses dois grupos públicos pinçados em uma lista oferecida na internet. O WhatsApp é a segunda rede mais popular entre os eleitores brasileiros, utilizada por 66% dos entrevistados de uma pesquisa Datafolha sobre uso das redes para debater as eleições.

Segundo a pesquisa, seis em cada dez eleitores do Bolsonaro dizem ler notícias compartilhadas no aplicativo de troca de mensagens. Esse índice é menor entre os eleitores de Fernando Haddad, que ficou em segundo lugar e foi para o segundo turno com Bolsonaro – 38% dos eleitores do petista afirmam consumir informações replicadas no aplicativo.

Durante todo o dia de domingo, o assunto mais falado entre os pró-Bolsonaro foi a desconfiança sobre o sistema de urnas. A partir de orientação de candidatos do PSL, vários eleitores presentes no grupo se colocaram na posição de fiscais, compartilhando denúncias que apontavam problemas nas urnas e de relatos que, acreditavam eles, seriam indício de fraude nas eleições.

Os alertas de fake news não adiantaram, nem o posicionamento de autoridades responsáveis sobre a legitimidade do sistema eletivo. Às 16h09, um integrante do grupo postou “Gente, isso vem acontecendo em todo país… Centenas, aliás, milhares de urnas estão com fraude… Só no nosso Facebook, já compartilhei mais de 100 vídeos com a mesma denúncia. Isso é muito sério!”

Durante todo o dia, os internautas acrescentaram vídeos à discussão, atribuindo a algumas imagens o valor de prova de que o sistema eleitoral havia sido fraudado. Um dos vídeos mais compartilhados foi aquele em que um eleitor aparece digitando o número 1 e, antes de digitar o 7 para completar a sigla de Bolsonaro, aparece a foto de seu concorrente do PT.

Após perícia pelo Tribunal Superior Eleitoral, o vídeo foi considerado fake news. No grupo de petistas, ninguém escreveu sobre a perda de quadros propostos para o legislativo. No grupo pró-Bolsonaro, postou-se, com o título “resumo do lixo enterrado”, menções a políticos que estavam bem posicionados nas pesquisas de intenção de voto mas que não foram eleitos, como a ex-presidete Dilma Rousseff (PT), candidata ao senado por Minas, e o ex-senador Eduardo Suplicy (PT), por São Paulo.

Às 18h, pouco após o encerramento da votação, imagens com supostos extratos de urnas começaram a ser replicados. Eles sempre apontavam resultados que davam vantagens aos candidatos referidos pelos respectivos grupos.

Em algumas publicações, havia a atribuição de ações de guerrilha: “Estamos em guerra”, disse uma eleitora. “Foi fraude grotesca e muito pouco documentada. […] O correto é parar tudo. Ninguém vota mais até registrar o fato em formulário próprio e suspeito, do TSE” (sic), respondeu outra. É necessário dar publicidade, gerar um grande barraco”, completou.

O clima de desconfiança foi alimentado por um vídeo da jornalista Joice Hasselmann, que se elegeu deputada. No grupo petista, publicaram-se palavras de ordem como “o amor vai vencer o ódio” e provocações dirigidas ao candidato adversário, como o meme que juntou foto da atual mulher de Bolsonaro às imagens de duas ex-mulheres, onde se lê: “Um homem de famílias “” envelheceu, ele troca”.

No grupo de Bolsonaro, foram trocadas 222 mensagens entre 18h e meia-noite. O grupo pró-Haddad trocou 120 mensagens nesse intervalo. Com informações da Folhapress.

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