Últimas Notícias

Tecnologia de reconhecimento facial ajuda a identificar fraudes em documentos

Irregularidades foram identificadas durante a operação Walking Dead. Fotos e dados falsos foram usados para abrir empresas e sonegar impostos.

Uma tecnologia de reconhecimento facial ajudou a polícia a identificar fraudes em documentos. As irregularidades foram descobertas durante a operação Walking Dead e teriam sido feitas por contadores suspeitos de criar empresas com nome falso e de pessoa morta para sonegar impostos, gerando dívidas com o Fisco no valor de R$ 7,5 milhões.
A TV Anhanguera teve acesso aos laudos da investigação. Para desvendar o caso foi usado um novo método de exame no Instituto de Identificação que permite o reconhecimento através do rosto.
A Polícia Civil suspeitou do uso de documentos pessoais falsos e pediu para o instituto fazer análise de comparação facial das fotos dos investigados. O exame chamado de prosopografia descreve as feições humanas.
No caso de um dos suspeitos, foi verificado o alinhamento das pupilas e o rosto foi delineado. Também foi feita a transposição das imagens. Os analistas concluíram que as fotos eram da mesma pessoa. O crime teria ocorrido na alteração dos dados
Já em relação a uma mulher, foram feitos os mesmos estudos, que constataram que as regiões frontal e do pescoço estavam desalinhadas. A conclusão foi de que as fotos não eram da mesma pessoa. Os suspeitos tinham usado os dados de uma pessoa que já morreu para abrir a empresa.

“Essa pessoa já tinha morrido há muito tempo e foi usado o nome dela para abrir uma empresa e o que deduz é que colocaram outra foto no documento para abrir a empresa”, explicou a papiloscopista Karine Peres.
Os especialistas começaram a fazer o exame de comparação facial humana em agosto do ano passado, depois que fizeram um curso com policiais federais. Desde então, sete análises já foram concluídas em diferentes áreas.
O primeiro laudo foi feito com o idoso João Santana Ramalho, de 70 anos, depois que descobriu que era considerado morto há 30 anos. Alguém registrou uma certidão de óbito. O exame de comparação facial foi a confirmação de que ele ainda está vivo.
“Com essa comparação de imagem nós provamos que se tratava da mesma pessoa e de que ele está vivo. Diante disso, o juiz expediu uma liminar pedindo que fosse cancelada a certidão de óbito desse senhor”, disse o diretor do Instituto de Identificação Fábio Lanna.

Operação Walking Dead

Dois contadores de Araguaína foram presos suspeitos de usar nome falso e até de pessoa morta para criar empresas de fachada. As prisões foram efetuadas durante a operação Walking Dead da Polícia Civil. O que impressionou os investigadores é que uma das empresas conseguiu fazer acordo com a Fazenda Pública para pagar menos tributo.
A polícia começou a investigar o esquema em 2016, quando auditores da Receita Estadual de Araguaína foram fiscalizar as empresas Líder Atacadista EIRELI-EPP (Armazém Líder) e a S P da SILVA (Comercial SP).
O detalhe é que os dois estabelecimentos estavam cadastrados no mesmo endereço, na cidade de Palmeirante, norte do estado, mas nunca funcionaram de fato. Na teoria, o objetivo era o comércio de bebidas e cereais, respectivamente.
A Polícia Civil descobriu que a Armazém Líder estaria registrada num nome falso usado pelo contador identificado como Cleyton. Exames feitos em fotografias e impressões digitais dos documentos apresentados no ato de constituição da empresa seriam desse contador.

Já a empresa Comercial SP teria sido criada em nome de Sandra Pereira da Silva, que morreu num povoado, no município de Xinguara (PA) no ano de 2010. Mas a empresa foi constituída em 2014, quatro anos após a morte dela.
As investigações levaram os policiais até Cleyton e Edgar. Apenas os primeiros nomes foram divulgados. Os dois fariam parte de um esquema para sonegar impostos. Eles estão presos na Casa de Prisão Provisória de Araguaína.
O advogado de Edgar, Leonardo Lopes da Cruz informou que o cliente é inocente. “Ele arrendou o escritório para o outro investigado Cleyton em troca de comissão. Ele aproveitou o acesso que tinha às senhas de Edgar para praticar as irregularidades. Vamos entrar com pedido de liberdade, alegando a inocência, a idade dele, já que Edgar possui 77 anos, e em função dos problemas de saúde”.
O site tenta contato com a defesa de Cleyton.

G1 Tocantins.

Últimas Notícias

Não deixe de ler

RECEBA NOSSAS NEWSLETTERS

Quer ficar informado em primeira mão? Se cadastre na nossa Newsletter e receba o Mapa da Notícia no seu e-mail.