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Prestes a dar à luz, grávidas são liberadas por causa de superlotação na maior maternidade pública do TO

A situação foi provocada porque as salas de cirurgias estavam sendo usadas para abrigar recém-nascidos que não conseguem vaga na UTI. Defensoria informou que 16 bebês estavam nessa situação.

A situação na maior maternidade pública do Tocantins e hospital Dona Regina, é caótica. Prestes a dar à luz, grávidas tiveram que voltar para casa por causa de superlotação. A situação foi provocada porque as salas de cirurgias estavam sendo usadas para abrigar recém-nascidos que não conseguem vaga na UTI. Ao todo, são 16 bebês nessa situação.

Com isso, os médicos não podiam fazer os partos. A fila de grávidas aumenta e as cadeiras são usadas como leitos improvisados.

A Secretaria Estadual da Saúde informou na noite deste sábado (6) que não existe mais nenhum paciente sendo atendido nas salas de cirurgia e que todas já estão liberadas.

Nesta sexta-feira (5), a Justiça determinou que novos leitos sejam disponibilizados na maternidade. A decisão veio depois de um pedido da Defensoria Pública que flagrou a superlotação da unidade.

“Cadeira, no chão, do jeito que pode, em cima das macas sem forro, sem nada. Assim, tipo bicho mesmo”, lamenta a vendedora Rosane Moreira.

A dona de casa Adriana Silva Xavier não aguenta a espera. “Eu estou desesperada, não estou conseguindo ficar aqui. Já chorei demais e a resposta deles, só fala que não tem vaga, não tem vaga”.

A secretária Magna Alves Ribeiro teve que voltar para casa. “Deu as 40 semanas, eu já entrei em processo de logo entrar em trabalho de parto e ela ainda assim me liberou. Disse que estou de alta e não tem necessidade de eu ficar no hospital, por falta de leitos”.
Os próprios funcionários confirmam a superlotação. “Não tem onde colocar a paciente, o local onde elas ficam só cabem cinco camas e a capacidade está além”, diz um servidor que não quer se identificar.

A Defensoria Pública e o Ministério Público do Tocantins fizeram uma vistoria dentro da maternidade e verificaram que 16 bebês esperam por vagas de UTI. A situação virou caso de polícia.

“Chamamos a polícia para instaurar o inquérito, inclusive contra os gestores. São os únicos que podem resolver o problema”, explicou o defensor público Arthur Luiz Pádua.
“Já passei muito nervoso aqui, já tentei segurar bastante. Está muito difícil conversar, mas é complicada a situação. Realmente humilhante”, argumenta a secretária Magna.

Outro lado

A Secretaria Estadual da Saúde disse que o Hospital e Maternidade Dona Regina, por ser referência em atendimentos de alta complexidade para gestantes está enfrentando uma grande demanda de partos de urgência com bebês prematuros e de alto risco, gerando superlotação na unidade, razão pela qual ressalta a necessidade do cumprimento das etapas dos exames pré-natais das gestantes em seus municípios, a fim de que seja possível conhecer das situações de risco das gestantes e programar os partos de alta complexidade evitando a chegada das parturientes em situação de urgência.

Disse ainda que, em cumprimento a determinação judicial, abriu processo de contratação de serviços na rede particular estadual e em Goiânia, e que ainda nesta sexta-feira (5), um dos pacientes foi submetido à cirurgia; três foram transferidos para o Instituto Ortopédico de Palmas; dois para hospitais de Araguaína e cinco recém-nascidos, após melhora do quadro clínico, estão passando por reavaliações médicas para confirmar a indicação de Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) ou Unidade de Cuidados Intermediários (UI).

A Secretaria afirmou também que não existe mais nenhum paciente sendo atendido nas salas de cirurgia e que todas já estão liberadas. Explicou que, além da busca de leitos UTI para atender toda a demanda, está com chamamento público para contratação de novos especialistas, que irão ajudar melhor distribuição e agilidade dos atendimentos nas unidades de todo o Estado.

 G1 Tocantins.

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