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Padrasto nega maus-tratos contra enteados em assentamento de Goias

Segundo ele, rivais em disputa de terras ‘fizeram a cabeça’ dos garotos contra a família. Meninos de 9, 12 e 13 anos foram resgatados primeiro; depois, irmãos de 4 e 6 também foram levados para abrigo.

O conselheiro tutelar Camilton Santos da Fonseca Cardoso disse que o homem suspeito de maus-tratos contra três enteados, de 9, 12 e 13 anos, negou ter cometido o crime. A criança e os dois adolescentes foram resgatados de um assentamento rural de Formosa, cidade goiana no Entorno do DF, onde moram com o homem e a mãe, que está grávida. Ainda conforme o servidor, outras duas crianças, de 4 e 6 anos, filhas do casal, também foram levadas para um abrigo devido às condições precárias em que viviam.

Cardoso, que atua em Formosa, informou que esteve no assentamento na quinta-feira (3) junto com policiais militares e civis. No local, o padrasto, que não teve a identidade divulgada, refutou as acusações e afirmou que rivais em disputa por terras “fizeram a cabeça” das crianças contra ele.

“Ele disse que não procede, que não é verdade [os maus-tratos]. Ele diz que há uma briga por terras e que um rival colocou os meninos contra ele. O padrasto afirmou que jamais faria isso com as crianças”, disse o conselheiro.

Os três meninos maiores foram resgatados na última quarta-feira (2)por um casal de Santa Maria, no DF. Eles foram levados para um abrigo da cidade.

Segundo Cardoso, durante a visita, a mãe dos meninos também negou qualquer tipo de violência contra eles. Mesmo assim, o conselheiro constatou que as outras duas crianças viviam em condições precárias, resolveu levá-las para um abrigo em Formosa.

“A situação lá é grave, principalmente em termos de higiene. As crianças não poderiam estar naquele convívio, elas estavam muito sujas. Apesar de tudo, o casal disse que vai lutar para ter os meninos de volta”, pontua.

O conselheiro agora vai fazer um relatório da situação e encaminhar à Justiça. A Polícia Civil investiga o caso.

Situação desumana

A mulher que resgatou as crianças mais velhas, que preferiu não se identificar, disse que os irmãos viviam em uma situação desumana. “O padrasto deu um soco e um chute no menor e disse que, se ele voltasse, mataria o menino. Eles fugiram de casa porque pensaram que ele iria matar”, afirmou.

Segundo a mulher, as pessoas do assentamento têm medo do padrasto das crianças, conhecido na região por ser violento. Há cerca de dois meses, o casal conquistou a confiança dos meninos e passou a receber detalhes da história.

O conselheiro de Santa Maria, Hessley Santos, falou que as crianças chegaram ao DF muito sujas, com cicatrizes e marcas de violência pelo corpo. “Como a família mora aqui [em Santa Maria], vieram para o primeiro Conselho Tutelar que sabiam o endereço e trouxeram as crianças”, diz.

As crianças detalharam, em entrevista ao conselheiro tutelar, os maus-tratos sofridos na propriedade. Segundo os relatos, eles eram escravizados pelo padrasto, sofriam violência física, psicológica, e eram obrigados a furtar gado e arame farpado de outros terrenos. Além disso, eram ameaçadas com faca e arma de fogo.

G1/GO

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