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Pacientes e acompanhantes denunciam falta de limpeza em hospitais públicos: ‘uma nojeira’

Sangue e urina foram encontrados em quartos e banheiros do Hospital Geral de Palmas e Maternidade Dona Regina. Em alguns casos, os próprios acompanhantes tiveram que limpar.

O Hospital Geral de Palmas (HGP) e o Hospital Maternidade Dona Regina têm sido alvo de denúncias por causa da falta de limpeza nas últimas semanas. Em alguns casos, os próprios parentes de pessoas internadas tiveram que limpar banheiros e quartos sujos com sangue e urina. O HGP é o maior hospital público do estado e o Dona Regina a maior maternidade pública do Tocantins.

“Precisei levar ela no banheiro e tinha bastante sangue no chão. Chamei alguém e fiquei esperando bastante tempo por motivo de estar sujo o banheiro, ainda tive que procurar o pessoal da limpeza para poder limpar. Quando a gente falou de chamar a TV a mulher providenciou alguém pra limpar”, contou Marciane da Silva Alves, que vive em Monte do Carmo e está acompanhando a filha internada na maternidade.

A maternidade Dona Regina, inclusive, vem enfrentando restrição de visitas desde que três bebês prematuros foram infectados por uma superbactéria em agosto dentro da UTI. O pedido foi feito pelo Conselho Regional de Medicina (CRM).

“O CRM está acompanhando e supervisionando o trabalho da comissão para que não haja prejuízo para sociedade no tocante às visitas, nem prejuízo no tocante à disseminação de uma bactéria resistente, que não há antibiótico que mate essa bactéria. Ela morre por causa da reação do organismo. Se o organismo não for capaz de reagir, não há tratamento”, explicou o presidente do CRM no Tocantins, Jorge Guardiola.

O caso também é acompanhado pela defensoria pública. “É bom que a gente também lembre que não é só na UTI. Dentro do hospital não pode faltar álcool em gel e vive faltando, à vezes luva. Situações de limpeza, ou às vezes o hospital vive sujo e isso tem reflexo no aumento de bactérias”, disse o defensor público Arthur Pádua.
No Hospital Geral de Palmas, pacientes registraram que bolsas coletoras de urina ficaram vazando nos quartos sem ninguém para limpar. Um copo foi usado para conter a urina que vazou de uma bolsa. Em outro caso foram usados pedaços de papel para amenizar a situação.

Os próprios acompanhantes tiveram de limpar os quartos. “Elas [funcionárias do hospital] tão passando uma vez na semana para recolher o lixo só das lixeiras. O quarto tá naquela situação. Banheiro, tudo, que a gente vê tá uma nojeira”, contou Marli de Oliveira, que está acompanhando a irmã internada.

Os problemas não param por aí: “Até barata a gente já encontrou nos locais. Teia de aranha cobrindo a cabeça dos pacientes, acompanhantes e demais que entram. As janelas da para vê, não tem limpeza nenhuma para um hospital desse aqui [sic]”, disse.

A Defensoria pública também acompanha a situação do local. “No HGP não tem pessoal nem pra distribuir material e medicamento. O diretor do hospital e a chefe de farmácia tão descarregando o caminhão. O álcool gel tá no almoxarifado e às vezes não está nos corredores e nem nos leitos porque não tem gente para distribuir. Uma situação vergonhosa, vexatória […] Se você for à sala vermelha e amarela você vê pacientes com precaução de contato deitado em maca, uma maca colada na outra. Ou seja, qual é a precaução de contato”, contou o defensor público.

Outro lado

A Secretaria de Estado da Saúde (SES/TO) informou que em relação à presença de microorganismo multirresistente no Hospital e Maternidade dona Regina (HMDR) a “situação, hoje, na unidade é de total controle, sem novos casos e sem nenhum óbito relacionado à infecção”.

Segundo a secretaria, dos três recém-nascidos identificados com a bactéria apenas um continua internado com boa evolução no quadro clínico. Um morreu “devido quadro grave de prematuridade, sem relação com a bactéria e o outro já teve alta hospitalar”, diz a nota enviada.

A pasta afirmou ainda que está fazendo ações para prevenir o surgimento de novos casos. “As visitas na UTI continuam controladas, os pais têm acesso a cada duas horas, com controle de acesso e quantidade de pessoas, ação estipulada pela Comissão de Controle de Infecções Hospitalares (CCIH), baseados em protocolos nacionais e internacionais e embasado pelo Conselho Regional de Medicina (CRM).”

Em relação à situação do Hospital Geral de Palmas, a Secretaria de Estado da Saúde afirmou que está sendo feito um redimensionamento na equipe de limpeza para suprir as demandas da unidade.

G1 Tocantins.

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