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Mulher mantida em cárcere privado relata ameaças do companheiro: ‘Se não aguentar apanhar pode morrer’

Homem foi preso pela polícia no norte do estado. Ele é suspeito de manter a mulher presa em casa e usar o enteado de seis anos como um escravo.

A mulher que era mantida em cárcere privado pelo companheiro contou detalhes das agressões durante depoimento à Polícia Civil. O filho dela era usado como escravo pelo padrasto. O suspeito dos crimes é João Santos da Silva. Ele está preso temporariamente na Casa de Prisão Provisória de Araguaína. 

Segundo a vítima, foi um ano e meio de convivência com o suspeito. Eles moravam em uma cidade próxima de Araguaína, norte do Tocantins. O delegado Fernando Rizério contou que a mulher ainda estava com muito medo na hora do depoimento.

“Tive contato pessoal com a vítima e vi que ela estava abalada, a ponto de não conseguir falar sobre os fatos. Tive que ter ajuda do conselho tutelar para pegar algumas informações com ela. Ela está em choque, não fala dos fatos abertamente, fica com medo”, disse.

No depoimento, a mulher conta que o suspeito colocou fogo nas roupas dela e chegava em casa sempre nervoso e agressivo.

A situação só chegou até a polícia porque o conselho tutelar denunciou que o menino parou de ir à escola, pois o suspeito proibia a criança de estudar. Em junho, mãe e filho tentaram fugir de ônibus pra casa dos pais dela, no Pará. Porém, o suspeito conseguiu impedir a fuga e rasgou os documentos dos dois.

“Tu pode até ir embora de novo, mas se tu voltar para casa do teu pai eu vou te matar de faca dentro da casa dele […]”, relatou a mulher em trecho do depoimento.

Além de constantes agressões e humilhações, o homem também obrigava o enteado de seis anos a servir como escravo durante todo o dia. “A criança era maltratada e colocada para dormir no chão pelada. Tem situações que são extremamente repulsivas pela maldade, pela falta de bom senso e humanidade”, contou o delegado.

Ainda de acordo com o depoimento, quando a mulher chorava o suspeito dizia: “Pode chorar, quando não aguentar mais morre […] o dia que tu não aguentar mais apanhar é só morrer.”

João foi preso na última quarta-feira (29) e levado para a CPP de Araguaína. O delegado pediu a prisão preventiva do suspeito, que deve responder por pelo menos seis crimes, entre eles, agressão, cárcere privado e tortura.

G1 Tocantins.

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