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Médico emite receita ilegível e farmacêuticos não conseguem decifrar

Caso aconteceu em Itaporã. Orientação é para que farmacêuticos não venda o remédio em casos como esse, a fim de evitar erro.

No município de Itaporã, um médico do Sistema Único de Saúde (Sus), prescreveu a um paciente um medicamento em uma receita ilegível. O farmacêutico que recebeu o documento não teve como vender o remédio. E essa é justamente a orientação, tanto do Conselho Regional de Farmácia, quanto do Conselho Regional de Medicina, para evitar erros.

“Essa daqui para mim é uma das campeãs de ilegibilidade porque se sobrepõe as linhas. Não dá para ler nem o nome do paciente e olha que eu tenho muitos anos de prática em farmácia”, avalia a presidente do Conselho Regional de Farmácia Márcia Lobo, ao tentar decifrar a receita.

Ela orienta que os farmacêuticos não vendam remédios em situações como essa. “Recomendo que coloque um carimbo de legibilidade e explique ao paciente o risco que é tentar fazer essa decodificação, para segurança do paciente. Ele [o paciente] deve, na hora de receber a prescrição, já interpelar o médico acerca de ilegibilidade.”

A farmacêutica Maria Júlia está acostumada com receitas ilegíveis. “Essas receitas são muito comuns. A gente tem um grupo no WhatsApp de todos os farmacêuticos do Tocantins e quando a não sabemos qual é o medicamento, pergunta para ver se alguém descobre.”

Ela confirma que deixar de vender o medicamento por causa do risco. “O paciente já não está bem, saiu de um hospital, posto de saúde, chega na farmácia e a gente não sabe o nome do medicamento, tem que ficar adivinhando e muitas vezes não tem como. A gente deixa de vender porque é perigoso matar.”

O primeiro secretário do Conselho Regional de Medicina explica que o paciente pode recorrer ao CRM. “Está ferindo o artigo 11, do código de ética médica, que diz que é vedado ao médico receitar, atestar ou emitir qualquer outro documento de forma ilegível. Se o interessado encaminhar uma receita dessa ao CRM, o Conselho é obrigado a investigar, convocar o médico.”

Ele concorda que o farmacêutico não deve vender o medicamento quando a receita está ilegível. “O profissional que atende uma receita dessa, está se expondo e correndo o risco de cometer um erro, dar outra medicação. Ele está certo em não atender uma receita dessa. Deve orientar a pessoa a voltar e pedir ao médico que emita uma receita legível”, orienta.

Até a publicação dessa reportagem a prefeitura de Itaporã não enviou resposta.

G1 Tocantins.

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