Josimar Pereira está preso suspeito do crime em Jataí, e disse que tiro que matou a jovem foi acidental. Pai da vítima disse que namorado era ‘possessivo e controlador’.
Mãe da jovem que teria sido morta pelo namorado Josimar Pereira Silva, de 29 anos, soldado da Força Nacional, já havia pedido para que a filha terminasse o relacionamento com ele. A informação foi dada pelo pai da vítima em depoimento à Polícia Civil. A fala foi usada na argumentação do juiz ao manter a prisão do suspeito, em Jataí, no sudoeste goiano.
O site não conseguiu localizar a defesa de Josimar. Para a Polícia Civil, ele alegou que o tiro que matou Nathalia Lima Costa, de 25 anos, foi acidental.
Conforme o texto, João Carlos Silva Costa, pai da vítima, disse que o soldado aparentava ser “possessivo e controlador”, no depoimento. Segundo ele, por causa desse comportamento, a filha acabava ficando muito em casa. Conforme consta na decisão que mantém a prisão do soldado, “a mãe, inclusive, tinha manifestado o desejo do término do namoro em razão disso”.
Nathalia foi encontrada morta na quinta-feira (9), no quarto de Josimar. O soldado fugiu do local do crime, mas se entregou no dia seguinte e acabou preso em flagrante.
O delegado Marlon Souza pediu ao Poder Judiciário que a prisão fosse convertida em preventiva – por tempo indeterminado – para que o militar continuasse preso, o que foi atendido pelo juiz Thiago Soares Castelliano Lucena de Castro. A decisão foi tomada no domingo (12).
Conforme a decisão que o manteve preso, uma ex-namorada de Josimar o denunciou duas vezes por ameaça de morte, sendo uma em setembro e outra em dezembro de 2014. A sentença diz ainda que a mulher relatou, na época, que ele era uma pessoa muito agressiva.
Briga após mensagem
Responsável pelo auto de prisão, o delegado Marlon Souza disse que o depoimento de Josimar, colhido na sexta-feira (10), durou cerca de duas horas. Durante o interrogatório, o soldado falou que conheceu Nathalia há um ano e que namoravam à distância.
A jovem morava em Rio Verde, no sudoeste goiano, e ele em Mossoró, no Rio Grande do Norte, onde atuava no presídio pela Força Nacional. Como o soldado estava de folga em Jataí, a namorada foi para a cidade e ficou na casa da família dele.
De acordo com o militar, a discussão aconteceu após ele ver uma mensagem no celular de Nathalia. “Ele disse que viu que ela recebeu mensagem e apagou de imediato. Ele questionou o motivo de ter apagado e se ela o estava traindo. Segundo ele, ele falou: ‘Não estou traindo como deveria trair’”, relatou.
Em seguida, Josimar afirmou em depoimento que se levantou e disse para a namorada se arrumar que ele a levaria de volta para Jataí. Foi quando, segundo o militar, ela pegou a arma que estava escondida embaixo do travesseiro dele e houve a disputa pelo revólver calibre 38.
“Ele disse que a namorada pegou a arma que ele guardava embaixo do travesseiro, apontou e teria dito: ‘Se você me deixar, você não vai ser de mais ninguém’. Nisso ele foi se aproximando e, quando segurou no cabo e no cano, entraram em disputa pela posse e houve o disparo”, disse o delegado.
Na ocasião, Marlon explicou que laudos podem confrontar a dinâmica relatada pelo militar. “A versão de legítima defesa é frágil, comum à dita pela maioria dos agressores de mulheres. Temos um indicativo que o laudo de exame cadavérico indica versão diferente. Também aguardamos o laudo de local de crime e de caracterização e eficiência da arma”, afirmou.
G1 Goiás.