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Justiça derruba sigilo bancário de deputado e mais 20 em investigação de fraude no Igeprev

Eduardo Siqueira Campos (DEM) teve os sigilos bancário e fiscal derrubados e foi conduzido para prestar depoimento. Esquema pode ter desviado mais de R$ 200 milhões.

Justiça derrubou os sigilos fiscal e bancário do deputado estadual Eduardo Siqueira Campos (DEM) e de outras 20 pessoas em função da operação Naum, que investiga possíveis fraudes no Instituto de Gestão Previdenciária no Tocantins (Igeprev). A operação foi deflagrada nesta terça-feira (27) no Tocantins, em outros quatro estados e no Distrito Federal.

A Polícia Federal cumpre 21 mandados de condução coercitiva e quatro de busca e apreensão. Entre os alvos da operação estão ex-diretores do Igeprev e políticos do Tocantins. Os pedidos de prisão preventiva feitos pela Polícia Federal contra Eduardo Siqueira Campos, Rogério Villas Boas e Edson Santana Matos foram negados pela Justiça.

O deputado deixou a sede da Polícia Federal no final da tarde após passar o dia prestando depoimento, ele não falou com a imprensa. Outros alvos da operação continuam no local falando com a PF. A assessoria do deputado informou que ainda está em tratamento de saúde e se sentiu mal durante o depoimento. A nota diz que os esclarecimentos serão feitos assim que o deputado estiver se sentindo melhor.

O advogado Antônio Carlos de Almeida Castro, que defende Fayed Traboulsi neste processo, disse que o cliente foi conduzido até a sede da PF em Brasília, mas optou por não falar nada durante o depoimento. Ele informou também que ainda vai se inteirar sobre o inquérito para poder se manifestar. Traboulsi é suspeito de atuar como doleiro no esquema.

As defesas de Rogério Villas Boas e Edson Santana Matos não atenderam as ligações. O G1 não conseguiu contato com as defesas de Nilmar Ribeiro Máximo, Hélio Andrade Aguiar, Robson Alexandre Tavares e Lúcio Mascarenhas.

Entenda

De acordo com a investigação, o Instituto fez aplicações contrárias às permitidas pela resolução do Conselho Monetário Nacional. A suspeita é que também foram feitas aplicações em fundos problemáticos com alto risco de perdas, conhecidos no mercado como fundos podres.

O prejuízo aos cofres públicos é de R$ 263.648.310,47. Segundo a PF, também foram constatadas aplicações no montante de R$ 1.176.842.671,64 em 27 fundos sem liquidez e com possíveis prejuízos.

A PF informou ainda que a investigação é um desdobramento da Operação Miquéias realizada pela PF do Distrito Federal para desarticular duas organizações criminosas com atuações distintas: uma envolvida em lavagem de dinheiro e a outra acusada de má gestão de recursos de entidades previdenciárias.

O nome da operação foi inspirado em um profeta bíblico. Entre os profetas menores do velho testamento, Naum aparece depois do livro de Miquéias. Assim, o objetivo é lembrar a relação de sucessão entre as duas investigações, segundo a polícia.

G1/TO

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