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Irmão do ex-governador Marcelo Miranda passa por audiência de custódia nesta sexta (27)

Brito Júnior foi preso – juntamente com o ex-governador e o pai José Edmar Brito – na operação 12º Trabalho da Polícia Federal. Família é suspeita de liderar esquema de desvios e lavagem de dinheiro.

Brito Júnior, irmão do ex-governador Marcelo Miranda, preso durante a operação da Polícia Federal 12º Trabalho, deve passar por audiência de custódia na manhã desta sexta-feira (27), na Justiça Federal. Ele foi detido em uma fazenda no Pará nesta quinta-feira (26) e transferido para Palmas em um carro. Segundo a polícia, Brito foi levado ao Instituto Médico Legal (IML) e depois encaminhado para a Casa de Prisão Provisória da capital, onde passou a noite.

A família Miranda é alvo da operação, que investiga um esquema supostamente criado para a prática de corrupção, fraudes em licitações, desvios de recursos, recebimento de vantagens indevidas, falsificação de documentos e lavagem de capitais, cuja finalidade era a acumulação criminosa de riquezas para o núcleo familiar como um todo.

O ex-governador, preso em Brasília, no apartamento funcional da mulher, a deputada federal Dulce Miranda, passou por audiência de custódia nesta quinta-feira, mas permaneceu em silêncio. Ao final, o juiz federal João Paulo Abe decidiu que ele deverá continuar detido. O político está em uma sala de Estado Maior no Comando Geral da Polícia Militar, onde vai aguardar a continuidade das investigações. A medida foi determinada para resguardar a segurança dele.

O pai dele, José Edmar Brito Miranda, que tem 85 anos e está com problemas de saúde, teve a liberdade concedida sob o pagamento de fiança.

O esquema

Marcelo Miranda, o pai e o irmão são suspeitos de liderar um esquema que pode ter desviado R$ 300 milhões. Os investigadores concluíram que os atos ilícitos eram divididos em sete grandes eixos, envolvendo empresas, fazendas, funcionários públicos e laranjas, “que se relacionavam organicamente entre si para o desenvolvimento exitoso das atividades criminosas, mas que funcionavam como grupos formalmente autônomos e independentes, sempre apresentando Marcelo Miranda, Brito Miranda e Brito Júnior como elo de ligação”.

A decisão que determinou a prisão dos três aponta que, durante as investigações, foram verificados episódios de falsificação de escrituras públicas e registros de imóveis vinculados à família para promover a ocultação e blindagem patrimonial. Também há indícios de ameaças a testemunhas, compra de depoimentos e destruição de provas.

A investigação ainda apontou a utilização de equipamentos de contrainteligência para dificultar e impedir a investigação pelas autoridades policiais. “Assim como a rara utilização do sistema bancário legalizado, consoante teria restado claro a partir do insucesso das medidas de bloqueio determinadas pelo eminente ministro Mauro Campbell Marques”, diz a decisão.

O texto da decisão afirma que a sucessão de atos de investigação não resultou no desmantelamento da organização criminosa, que continuaria em pleno funcionamento através de prepostos. A lavagem de dinheiro se daria pela aquisição de fazendas, aviões, veículos e gado mediante a ausência de escrituração em nome de laranjas.

O que diz a defesa

A defesa do ex-governador Marcelo Miranda, do pai e do irmão dele disse que as prisões foram sem fundamentos, que os fatos citados são antigos, foram denunciados no processo da operação Reis do Gado e que ainda não houve decisão judicial sobre eles.

No começo da noite, o advogado que representa os três informou que está elaborando um pedido de habeas corpus para o ex-governador e o irmão.

A esposa de Marcelo Miranda, a deputada federal Dulce Miranda (MDB), emitiu nota afirmando que não tem acesso ao processo investigativo. Ela disse que como esposa, tem plena convicção da inocência e da integridade do marido e que estende a mesma confiança ao sogro e ao cunhado.

G1 Tocantins.

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