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Humanização do tratamento de câncer de mama ajuda no combate à doença

No Outubro Rosa, médicas ressaltam o quanto os cuidados com a saúde física e mental são essenciais no processo de recuperação.

A cada ano, a luta contra o câncer de mama conta com um importante aliado: o Outubro Rosa, um mês inteiro dedicado à conscientização, à prevenção e ao diagnóstico da doença.

A campanha chama a atenção para diferentes estadios do câncer de mama e seus procedimentos adequados, sendo que um deles tem merecido atenção especial: a humanização do tratamento.

Muitos oncologistas e psicólogos especialistas na área observam o equilíbrio psicoafetivo como aliado e agente motivador dos pacientes.

“Estados depressivos ou eufóricos em excesso podem causar redução de imunidade e surgimento de outras doenças associadas (comorbidades). Por isso, um tratamento com foco na humanização tem mais chances de êxito. Todos os pacientes, falando especificamente os de câncer de mama, devem ser tratados como um indivíduo único e inteiro, considerando sua condição física, emocional e social”, salienta a oncologista da Oncoclínica Centro de Tratamento Oncológico – unidade do Grupo Oncoclínicas no Rio de Janeiro, Susanne Crocamo MD, PhD.

Segundo a especialista, o equilíbrio emocional é extremamente importante para o tratamento do câncer de mama. “Quanto mais confiança e segurança o paciente sentir em relação ao seu médico, ao tratamento e à equipe multidisciplinar que o acompanha, melhores serão os resultados, em relação à eficácia do combate à doença e a possíveis efeitos colaterais”, diz. 

Apoio familiar e de amigos

O suporte familiar e apoio dos amigos têm efeito igualmente positivo no tratamento de pacientes com câncer de mama, mas deve ser manifestado e compartilhado com cautela e delicadeza:

“Os sentimentos e a vontade do paciente devem ser compreendidos e considerados, porém, o ideal é não supervalorizar e nem desvalorizar a situação. Sempre que possível, mencione outros assuntos que promovam o bem-estar e que não tenham somente a doença como foco”, orienta Susanne MD, PhD.

“É, também, importante compreender momentos de desânimo e tristeza, sem julgamentos. Ser uma boa companhia, dando carinho, atenção e segurança ao paciente, também é um forte incentivo dessa fase. O paciente deve se sentir esperançoso, olhando para si mesmo e para sua realidade com tranquilidade”, completa a médica. 

Prevenção, sintomas e principais fatores de risco

Tão imprescindível quanto o conhecimento dos sintomas e das formas de prevenção com promoção de saúde, é divulgar os fatores de risco e a necessidade de estar em dia com o autoexame.

“Todas as mulheres podem e devem fazer o autoexame, mas tal prática não exclui a obrigatoriedade dos exames de imagem como ultrassonografia das mamas e mamografia – que tem indicação anual após os 40 anos, de acordo com a Sociedade Brasileira de Mastologia”, orienta a diretora e oncologista da Oncoclínica Centro de Tratamento Oncológico – unidade do Grupo Oncoclínicas no Rio de Janeiro, dra Vera Lúcia Teixeira. 

“Também é muito importante conhecer os principais fatores de risco para o desenvolvimento do câncer de mama, como sedentarismo, sobrepeso e obesidade, consumo de bebida alcoólica, tabagismo, exposição à radiação ionizante, histórico familiar genético (que corresponde de 5% a 10% do total de casos), reposição hormonal e uso de contraceptivos (embora muitos estudos sobre o tema tenham resultados controversos, a OMS considera como fator de risco)”, observa a médica.

Estar alerta a sintomas também é uma forma eficaz de combate ao câncer de mama: “Nódulos nas mamas e/ou axilas e pescoço, assimetria das mamas com alterações de pele, como vermelhidão, edema que faz lembrar casca de laranja e retração e drenagem de secreção pelos mamilos são os principais indícios. Popularizar os sintomas, as formas de prevenção e disseminar e reforçar sempre a importância de bons hábitos de saúde – como prática de exercício físico e alimentação saudável – são tão fundamentais quanto conhecer os fatores de risco”, explica dra. Vera.

 Câncer de mama é o segundo mais frequente em mulheres e raro entre os homens

Dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca) revelam que o câncer de mama feminino é responsável por 28% dos casos novos a cada ano. A estimativa é de 59.700 ocorrências em 2018 e 14.388 óbitos, sendo 181 casos são relativos ao câncer de mama masculino (2013).

O câncer de mama é o tipo de câncer mais comum entre as mulheres no mundo e no Brasil, depois do câncer de pele não melanoma. Comparativamente raro antes dos 35 anos, sua incidência aumenta progressivamente acima dessa idade, em especial após os 50 anos. O câncer de mama masculino é raro, tem um pico de incidência em pacientes com mais de 60 anos e representa apenas 1% do total de casos da doença.

“Por ser pouco comum, o câncer de mama em homens costuma ter diagnóstico tardio pelo desconhecimento da possibilidade da doença e a consequente falta de atenção aos sintomas. A apresentação mais comum do câncer de mama masculino é com nódulo endurecido na região mamária ou na axila, que pode ou não atingir a pele e provocar uma ferida”, finaliza a oncologista da Oncoclínica Centro de Tratamento Oncológico.

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