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Eleições 2020 serão termômetro do sucesso ou fracasso do governo Carlesse

Não só o governador Mauro Carlesse (PHS), mas também seus secretários vendem otimismo sobre o futuro da gestão do Estado.

Eles se dizem convictos de que as medidas de ajuste empreendidas pelo Palácio Araguaia desde o final das eleições de outubro garantirão ao Tocantins as condições necessárias para que possa, pelo menos a médio prazo, voltar a investir.

No final de todo o esforço de ajuste, esse é o objetivo maior, além, claro, de assegurar que o Executivo possa manter os hospitais com insumos necessários, voltar a folha do funcionalismo para o último dia útil do mês e garantir o pagamento dos fornecedores razoavelmente em dia. É o que se espera de uma máquina pública azeitada, minimamente eficiente.

“Se todas essas variáveis contribuírem, Carlesse chegará às eleições do ano que vem com aprovacão suficiente para ser disputado em palanques por todo o Estado. É assim que funciona.”

Se tudo isso ocorrer, lá na ponta, o cidadão sentirá que o Estado vai bem. Claro, ao procurar os hospitais, delegacias, escolas e órgãos públicos em geral terá um atendimento razoavelmente adequado; o servidor estará mais animado com o pagamento de seus salários em dia e a economia se movimentará mais robusta com a injeção de recursos advindo de todos esses processos de ganhos de eficiência, com umplus: o recebimento mais ou menos em dia dos serviços prestados pelas empresas ao Poder Público.

Esse é o mundo perfeito com que sonha o governo Mauro Carlesse. Claro que, drummoniamente, há muitas pedras no meio do caminho. O primeiro é a necessidade de um acordo para resolver o passivo absurdo do Estado com os servidores, que, juntando todas as demandas e benefícios atrasados, deve girar em torno de R$ 2,6 bilhões.

Além desse fator externo, o governo vai ter que segurar as pressões internas parar inchar a folha novamente com o vício que temos de abrigar cabos eleitorais de prefeitos e deputados. Esses aliados virão com toda força a partir de agora, já que a nova estrutura da máquina e o orçamento do ano foram aprovados.

Também é preciso saber o tamanho, e se vai realmente ter como se promete, do socorro do governo federal. Enquanto isso não se define, a aprovação da PEC do Orçamento Impositivo foi uma boa notícia para Carlesse, já que o deputado federal Carlos Gaguim (DEM), relator da proposta, estima um aporte de R$ 340 milhões ao ano para o Tocantins.

No setor de obras, o governo fala de fazer operação tapa-buracos por todo o Estado, assim que a chuva der uma trégua. Palacianos garantem que o dinheiro já está em caixa. Ainda existe a expectativa de colocar as mãos nos quase R$ 600 milhões do financiamento da Caixa Econômica Federal, com a melhora do desempenho fiscal do governo, um esforço enorme da gestão, inclusive, contando com o atraso deliberado da aprovação do orçamento para polir o resultado do primeiro quadrimestre. Essa operação com a Caixa prevê uma derrama de investimentos por todo o Estado. Além de grandes obras, como os Hospitais de Gurupi e Araguaína, inclui mais de R$ 1 milhão para cada um dos 139 municípios.

Se todas essas variáveis contribuírem, Carlesse chegará às eleições do ano que vem com aprovacão suficiente para ser disputado em palanques por todo o Estado. É assim que funciona: quando o governador é bem visto, todos os candidatos o querem por perto. Caso contrário, fingem que não o conhecem.

Os ex-governadores Siqueira Campos (DEM) e Marcelo Miranda (MDB) experimentaram essa rejeição nas últimas eleições municipais. O primeiro em 2012 e o segundo em 2016.

O pragmatismo desse termômetro político não é sujeito a enganos. Se em 2020, Carlesse for querido nos palanques, o ajuste do Estado foi bem-sucedido; se seus candidatos lhe pedirem para não comparecer em suas cidades, a reforma foi derrotada, e o Estado terá muito mais turbulências fiscais pela frente.

Simples assim.

CT, Palmas, 9 de abril de 2019.

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