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Delegado baleado por PMs fala pela 1ª vez após sair do hospital

Marivan da Silva contou que ouviu um barulho e só percebeu que tinha sido atingido após sair do carro. PMs estão presos no Quartel do Comando Geral, em Palmas.

O delegado da Polícia Civil Marivan da Silva Souza, baleado durante uma ação de policiais militares em Guaraí, falou pela 1ª vez após sair do hospital em Palmas. Em recuperação, ele contou ao G1 que trafegava pela avenida principal da cidade, quando ouviu um barulho. Só depois que saiu do carro, percebeu que tinha sido atingido por tiros.

O caso aconteceu neste sábado (28) após os PMs confundirem o delegado com um criminoso. Souza levou três tiros, um na mão, um na orelha e outro de raspão na cabeça. Ele perdeu parte da orelha

O delegado, que mora em Colméia, disse que tinha saído da cidade por volta das 10h30 em direção a Guaraí. Ele estava a caminho da casa de um amigo, onde ia resolver assuntos de trabalho.

Estava andando devagar na avenida, não estava correndo, até porque o trânsito estava movimentado, quando ouvi um barulho. Encostei o carro e saí, só depois percebi que tinha sido baleado. Me falaram para deitar no chão e apontaram as armas. Aí falei que eu era delegado. Eu estava desarmado.

Ele contou também que no momento chegaram pessoas conhecidas, que confirmaram a identidade dele. Sem entender de fato o que ocorreu e evitando causar polêmicas, o delegado disse que vai deixar que o caso seja investigado.

Souza disse que se recupera bem e que provavelmente terá que passar por um procedimento estético já que ele perdeu parte da orelha.

Policiais presos

Neste domingo (29), a Justiça decretou a prisão preventiva dos quatro policiais militares suspeitos de atirar contra o delegado. A decisão é do juiz plantonista Ciro Rosa de Oliveira. Segundo ele, o objetivo é evitar que os militares destruam provas e interfiram no depoimento de testemunhas.

A prisão preventiva é contra os policiais Frederico Ribeiro dos Santos, João Luiz Andrade da Silva, Thiago Mariano Duarte Peres e Cleiber Levy Gonçalves Brasilino. A defesa dos policiais informou que vai entrar com Habeas Corpus junto ao Tribunal de Justiça do Tocantins para pedir a liberdade deles. 

Os militares estão presos no Quartel do Comando Geral da Polícia Militar, em Palmas e entregaram as armas e a viatura usadas na ação.Delegado foi baleado em Guaraí (Foto: Divulgação)

Entenda

As câmeras de segurança de um mercado flagraram a ação. Nas imagens é possível ver uma caminhonete com vários homens armados perseguindo o carro do delegado. Na sequência, várias pessoas que estavam na rua correm para dentro do comércio antes dos tiros começarem.

Em outro vídeo, feito por um cinegrafista amador, o delegado está deitado na rua após ser baleado três vezes e há vários policiais em volta gritando para que os moradores se mantenham longe do local.

Os disparos foram feitos por policiais da Companhia Independente de Operações Especiais da Polícia Militar, que estariam na cidade procurando suspeitos do assalto a um carro-forte na BR-153. Marivan da Silva Souza é o responsável pela delegacia de Colméia, também na região central do estado. O carro em que ele estava ficou com várias marcas de tiros.

O Sindicato dos Delegados de Polícia Civil do Tocantins (Sindepol) disse que acompanha o caso e que considera que a ação foi um ato ilegal da Polícia Militar. O sindicato afirma que o delegado estava em baixa velocidade, desarmado e sozinho e que foi abordado por PMs que não se identificaram, estavam sem uniforme e em uma viatura descaracterizada.

O Sindepol disse ainda que o caso demonstra que a PM extrapolou suas funções e que aguarda a conclusão da investigação e a condenação dos responsáveis.

Investigações do caso

O Governo do Tocantins informou que foram abertas duas investigações independentes sobre o caso. Uma está sendo conduzida pela Comando Geral da PM e outra pela Secretaria de Segurança Pública. O secretário de Segurança Pública, César Simoni, o delegado-geral da Polícia Civil, Claudemir Luiz Ferreira e o Coronel Glauber de Oliveira Santos, comandante geral da Polícia Militar, estão em Guaraí acompanhando o caso.

Assalto a carro-forte

O incidente aconteceu durante a operação montada para procurar os suspeitos de assaltar um carro-forte na tarde desta sexta-feira (28), entre Guaraí e Presidente Kennedy, na BR-153. O veículo foi explodido e o dinheiro levado pelos bandidos, que trocaram tiros com os seguranças do veículo. Ninguém ficou ferido.

As polícias, inclusive, fizeram um pedido para que os moradores da região onde ocorreu o assalto saiam de casa para evitar sequestros.

G1/TO

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