Além da formação, o Programa Escola da Terra busca oferecer recursos como livros do PNLD Campo e Kit pedagógico.
O Colégio Família Agricola de São São Salvador do Tocantins juntamente com demais representantes do Estado, a secretária de Educação, Juventude e Esportes (Seduc), professora Wanessa Zavarese Sechim, participaram neste sábado, 18 de novembro, em Arraias, da abertura do Programa Escola da Terra no Sudeste do Tocantins.
A iniciativa do Governo Federal ofertará formação continuada específica para docentes de Escolas do Campo e Comunidades Quilombolas, por meio da Universidade Federal do Tocantins, em parceria com o Governo do Estado e municípios.
O evento contou com a presença dos cursistas, representes da UFT, dos municípios, e servidores do Ministério da Educação (MEC), Divina Lucia Bastos, coordenadora Geral de Políticas de Educação do Campo e Xavier Carvalho de Sousa Neto, coordenador nacional do Programa Escola da Terra. Também participaram as diretoras regionais de Educação de Arraias, Leila Florêncio; de Dianópolis, Jane de Cássia Maciel; e de Gurupi Sônia Dalmolin, também esteve presente no evento o CEFA-Colégio Estadual Famlia Agrícola, José Porfirio de Souza do município de São Salvador.Em sua fala, a professora Wanessa, que possui vasta experiência em Educação do Campo, falou sobre as políticas para o desenvolvimento da educação do campo no País. “Fazer educação do campo é um grande desafio. Digo isso não só porque estive na coordenação nacional da educação do campo no MEC, mas porque fui aluna e professora de escola campesina. Conheço as dificuldades e sei que os debates, as ações que visam melhorar a qualidade do ensino precisam valorizar os saberes do campo, a cultura e a pluralidade dessa população contribuindo, para que eles também reconheçam essa riqueza e seu potencial produtivo e empreendedor”, ponderou.
“A educação do campo é muito complexa e o Escola da Terra se organiza dentro disso de forma inovadora envolvendo estados e municípios nessa luta e buscando oferecer condições que facilitem o trabalho dos professores para chegar a qualidade almejada na educação camponesa. Esse é um programa que leva em conta a dimensão humana, que é o mais importante”, ressaltou o coordenador nacional do Programa Escola da Terra, Xavier Carvalho.
A valorização dos educadores também foi ressaltada pela coordenadora geral a Educação do Campo. “Os progressos na educação do campo se devem, principalmente, ao árduo trabalho dos professores, das escolas que resistem bravamente aos inúmeros desafios diários. Com o Escola da Terra, o Governo Federal, busca dar esse suporte complementando a formação dos professores e apoiando estados e municípios para fortalecer a educação camponesa brasileira. É considerada escola do campo não apenas aquela localizada em área rural, mas também é considerada do campo as escolas urbanas que recebem os alunos do campo”, frisou Divina Bastos.
A secretária Wanessa apresentou um panorama da educação do campo na rede estadual tocantinense, que conta com mais de 8 mil alunos e cerca de 400 professores. “Não podemos urbanizar as escolas do campo. O Governo do Estado tem trabalhado nesse sentido de garantir a qualidade do ensino para a população campesina. Acreditamos que a educação do campo precisa ser ofertada no campo, reabrindo escolas do campo que estavam fechadas, investindo em formação para os professores, levando o ensino médio, em parceria com os municípios, para as comunidades do campo. É importante que todos os envolvidos conheçam a legislação que regulamenta a educação do campo no Brasil. Um grande avanço neste ano foi incluir nas estruturas curriculares, as disciplinas saberes e fazeres do campo e saberes e fazeres quilombolas”, relatou.
Para o professor da Escola Agrícola David Aires França, de Arraias, Rogério, Ribeiro Coelho, a capacitação proporciona um complemento ao conhecimento dos educadores do campo e quilombolas. “Essas são escolas que têm suas especificidades. No David Aires, por exemplo, mais da metade dos nossos alunos são do campo e de comunidades quilombolas. Esses estudantes precisam de um olhar diferenciado, que a unidade escolar trabalhe de forma que o modo de vida deles sejam respeitados. A formação vem para somar com a qualificação e suporte para os professores dessas escolas”, avaliou.
Escola da Terra
O programa é uma ação do Ministério da Educação, por intermédio da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão (SECADI/MEC), que conta com a parceria da UFT, do Estado do Tocantins e Municípios. No Tocantins, o Programa Escola da Terra foi idealizado pelos professores da Universidade Federal do Tocantins (UFT), Alessandro Rodrigues Pimenta, Maciel Cover e Suze da Silva Sales, do Curso de Educação do Campo dos câmpus de Arraias e Tocantinópolis.
Durante a abertura do programa em Arraias, Alessandro destacou a relevância do programa. “Lutamos muito para que essa formação se efetivasse e podemos afirmar que o Escola da Terra teve uma recepção muito boa no Tocantins, pois as características rurais são muito fortes aqui. A nossa expectativa é que essa formação venha preencher essa lacuna na formação inicial dos professores e colaborar para que a educação do campo seja como deve ser”, ressaltou.
Além da formação, o Programa Escola da Terra busca oferecer recursos como livros do PNLD Campo e Kit pedagógico que atendam às especificidades formativas das populações do campo e quilombolas. Também viabiliza o apoio técnica e financeiro aos estados, Distrito Federal e municípios para a ampliação e a qualificação da oferta de educação básica às populações do campo e quilombolas em seus respectivos sistemas de ensino.
Fonte: Seduc/Fotos: Juliana Carneiro