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Após morte cerebral, família autoriza doação de órgãos de adolescente que foi arremessada de brinquedo

Segundo irmã, intuito é ‘manter pedacinho vivo’ da garota, que tinha 16 anos. Outras três meninas, todas da mesma idade, ficaram feridas no acidente.

O Hospital de Urgências de Anápolis (Huana), a 55 km de Goiânia, informou que a família autorizou a doação de órgãos da adolescente Isabela do Amaral Vieira, de 16 anos. Uma das quatro garotas arremessadas do brinquedo de um parque de diversões em Ceres, região central de Goiás, ela teve morte cerebral constatada na manhã desta segunda-feira (3).

Em nota, a unidade de saúde informou que todos os trâmites necessários para a doação já foram iniciados pela Comissão Intrahospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos e a Central de Transplantes de Goiás, órgão vinculado à Secretaria de Saúde do Estado de Goiás (SES-GO).

G1 entrou em contato, por email, com o Huana e a SES-GO solicitando informações detalhadas a respeito do procedimento e aguarda retorno.

A irmã de Isabela, a cabeleireira Gabriela Amaral Vieira, de 28 anos, disse que a doação precisa ser a autorizada por escrito pelos pais, o que já foi feito. Ela afirmou que foi proibida somente a doação das córneas.

“Fizemos isso para ajudar outras pessoas e manter algum pedacinho dela vivo, mesmo que seja em outras pessoas”, disse ao site.

Após o acidente, Isabela recebeu o primeiro atendimento na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Ceres e depois foi transferida para o Huana. Por conta dos ferimentos, ela chegou a ter que retirar um rim.

Cunhado de Isabela, o conferente João Paulo Oliveira Silva, 34, disse que toda família está muito abalada. “Todo mundo em choque, pedindo força para Deus porque é difícil. Uma jovem cheia de vida. Às vezes nós queremos uma coisa, mas o plano de Deus quer outra”, desabafa.

Peritos e policiais analisam brinquedo que matou adolescente e feriu outras três (Foto: Divulgação/ Corpo de Bombeiros)Peritos e policiais analisam brinquedo que matou adolescente e feriu outras três (Foto: Divulgação/ Corpo de Bombeiros)

Peritos e policiais analisam brinquedo que matou adolescente e feriu outras três (Foto: Divulgação/ Corpo de Bombeiros)

Acidente

O acidente aconteceu na madrugada de domingo (26). Além de Isabela, também ficaram feridas Thalia Aparecida Pires, Thatiely Carvalho Evangelista e Mariane Oliveira Dias, todas de 16 anos.

Thatiely foi a primeira a receber alta, um dia após o acidente. Ela prestou depoimento à Polícia Civil, na quarta-feira (29), e afirmou que antes de sofrer o acidente gritou por socorro, mas o som estava alto e o operador não a ouviu.

Já Thalia, que estava internada no Hospital Ortopédico de Ceres, foi liberada na sexta-feira (31). A adolescente, que sofreu ferimentos no braço, abdômen e perna, ainda precisa ficar de repouso.

Por outro lado, Mariane, que inicialmente foi levada para o Hospital Ortopédico de Ceres, foi transferida para o Intervida. O site não conseguiu contato com a unidade de saúde e com a família da garota nesta manhã.

Mariane, Talia, Tatiele e Isabela se feriram em acidente com brinquedo em parque de diversões (Foto: Reprodução/Arquivo pessoal)Mariane, Talia, Tatiele e Isabela se feriram em acidente com brinquedo em parque de diversões (Foto: Reprodução/Arquivo pessoal)

Mariane, Talia, Tatiele e Isabela se feriram em acidente com brinquedo em parque de diversões (Foto: Reprodução/Arquivo pessoal)

Investigação

Responsável pelo parque, Juarez Alves da Costa já foi ouvido, mas pode ser interrogado novamente após a conclusão dos laudos. A polícia também colheu o depoimento do operador do brinquedo, Raimundo Genivaldo da Lima Costa.

O exame toxicológico do funcionário do parque ainda não ficou pronto, mas, durante depoimento, o profissional contou que não faz uso de entorpecentes e não havia ingerido bebida alcóolica no dia. O delegado Matheus Costa Melo disse que o operador relatou ter tentado salvar uma das vítimas.

“O operador disse que viu uma das meninas que caiu na plataforma e, quando viu, não lembra de ter desligado o brinquedo. Ele acredita que tenha mantido na posição de giro, o que faz com que o brinquedo pegue velocidade mesmo. A máquina teria diminuído a velocidade se ele freasse ou colocasse no neutro”, explicou.

A polícia precisa ouvir as estudantes feridas e novas testemunhas. Ele também deve analisar laudos periciais e a documentação requerida por ele ao Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea), à Prefeitura de Ceres e ao Corpo de Bombeiros.

G1 Tocantins.

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