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Advogado é indiciado pela Polícia Civil suspeito de ter sido funcionário fantasma no governo

Homem teria recebido mais de R$ 23 mil sem trabalhar durante os anos de 2018 e 2019. Ex-secretário geral de governo também foi indiciado.

O advogado Daniel Allyson Dantas Ferreira e o ex-secretário Geral de Governo, Cesarino Augusto, foram indiciados pela Polícia Civil suspeitos de participação em um esquema de funcionários fantasmas no governo do Tocantins. As investigações foram feitas pela Delegacia de Investigações Criminais de Araguaína (DEIC), norte do Tocantins, e fazem parte da operação Catarse. O prejuízo neste caso passa de R$ 23 mil.

O G1 ainda tenta contato dos dois investigados. A Ordem dos Advogados informou que só vai se manifestar sobre o caso depois de ter acesso aos autos.

As investigações, coordenadas pelo delegado José Anchieta de Menezes Filho, apontaram que o advogado foi nomeado na extinta Secretaria Geral de Governo em abril de 2018 e ficou até janeiro de 2019 recebendo sem trabalhar.

De acordo com a Polícia Civil, após o cumprimento de mandado de busca e apreensão no Palácio Araguaia em dezembro de 2018, todas as folhas de frequência apreendidas foram analisadas, mas não foi encontrada “nenhuma frequência relacionada ao investigado” segundo relatório final da investigação.

A investigação apontou ainda que o advogado sequer possuía cadastro para acesso à rede da Secretaria Geral de Governo. “O que reforça a ausência de qualquer prestação de serviço naquele órgão capaz de justificar o recebimento dos valores de janeiro a novembro de 2018”, afirma o relatório.

As suspeitas de que o advogado nunca trabalhou na secretaria também foram reforçadas por testemunhas e por interceptações telefônicas feitas com autorização da Justiça. Apesar disso, de acordo com a polícia, na pasta funcional do advogado foi encontrada a assinatura do então secretário Cesarino Augusto, atestando presença para o servidor.

“Como se pôde constatar, Cesariano teve papel relevante no esquema criminoso, uma vez que, na condição de titular da pasta, atestou o exercício e a frequência do funcionário, sem que este sequer tenha ido a Palmas alguma vez no período, e muito menos trabalhando na Secretaria Geral de Governo, exercendo alguma função”, diz o relatório.

O advogado Daniel Allyson Dantas Ferreira foi indiciado pelo crime de peculato furto, cometido 11 vezes. O ex-secretário Cesarino Augusto Cesar Pereira Sobrinho também foi indiciado por peculato furto e falsidade ideológica. O inquérito agora será enviado para o Ministério Público, que decide se vai oferecer denúncia contra os indiciados.

Operação Catarse

A Operação Catarse é uma força-tarefa de várias delegacias do estado para investigar danos ao erário público. As investigações começaram após denúncias de funcionários fantasmas do governo do Estado em Araguaína, norte do Tocantins, em dezembro de 2018.

Depois, mandados foram cumpridos na Secretaria-geral de Governo, no Palácio Araguaia, onde os agentes encontraram indícios de que 300 funcionários estariam recebendo sem trabalhar. Essa fase da operação inclusive foi alvo de críticas do próprio secretário de segurança pública.

Em junho, cinco pessoas foram indiciadas no caso de uma enfermeira que recebia do governo mesmo estudando medicina no Paraguai. Entre os indiciados estava o ex-governador Marcelo Miranda.

G1 Tocantins.

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